Medusa: uma imagem para a miséria do Brasil
Impressiona matéria de O Estado de S. Paulo que mostra o índice de assassinato no Brasil, explicado pela vulnerabilidade social e a deficiência na educação básica.
Os assassinatos de jovens representam 47,8% das causas das mortes de jovens. E a taxa de homicídios por 100 mil habitantes nessa faixa cresceu 17,2% entre 2005 e 2015.
Nos últimos 10 anos, 318 mil jovens brasileiros foram vítimas de homicídio, três casos por hora. O Atlas da Violência 2017, relatório do Ipea junto ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública, traz esses dados.
A porcentagem de homicídio sobre ainda mais no recorte de 15 a 19 anos: 53,8%. Uma média estimada do que se mata no País em três semanas chega a ser mais elevada que todos os ataques terroristas somados no mundo nos primeiros cinco meses de 2017, que deixaram 3.349 vítimas.
O cenário é classificado como uma tragédia diária de contornos inimagináveis.
A violência também tem cor no Brasil e o negro está mais vulnerável. De cada 100 homicídios, 71 são contra negros.
E vem uma conclusão, que podemos ou não aceitar: a vulnerabilidade social explicada também pelas deficiências na educação básica.
Evidente que a educação é importante. Mas a miséria brasileira é muito maior: é a falta de projeto de vida, é a droga, é a descrença do amanhã, são os 14 milhões de desempregados, é a descrença na política.
Esse bando de ladrões, que roubou não apenas o capital financeiro, mas o capital moral.
A educação seria apenas um dos fios de cabelo, formado por cobras, da miséria brasileira.
A medusa e suas irmãs górgonas odiavam o homem mortal.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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