A melhor coisa a fazer é proibir doação de empresas; entenda

Cheque

Pergunta: O que têm em comum a doação de empresas a partidos em campanhas políticas e a exclusividade do financiamento público de campanhas?

Resposta: Há uma questão muito polêmica aí em debate. Essa questão se tornou ainda mais acesa agora que os promotores do Ministério Público Federal, os policiais da Polícia Federal – e o juiz Sérgio Moro da Justiça Federal em Curitiba já aceitou a tese – de que há uma forma de lavagem, é uma lavanderia. O Tribunal Superior Eleitoral se tornou uma lavanderia do PT.

É um esquema em que a Polícia Federal e o Ministério Público estão querendo provar para o juiz Sérgio Moro que os empreiteiros pagam uma propina para ter determinadas obras da Petrobras, só que não pagam a propina por baixo do pano, e, sim, de forma oficial através de doações legais para campanha.

Isso permite ao PT dizer que só recebe dinheiro legalmente, e, teoricamente, dá ao PT autoridade moral para defender a exclusividade do financiamento público de campanha, em uma forma de combater a corrupção. Há uma reforma política em discussão, e essa reforma foi o pretexto que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, usou para pedir vistas à decisão quase certa do Supremo de que empresas, ou seja, pessoas jurídicas, não podem fazer doações para campanha eleitoral.

Eu pessoalmente defendo ardorosamente essa hipótese de proibir empresas de doar para campanhas, porque pessoas jurídicas não votam. Em teoria, como não participam da eleição, não têm porque ter interesses a defender na eleição. Teriam interesses a defender no esquema em que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal acusam, que seria eleger alguém que lhe possa render alguma coisa de forma ilícita no governo. Então, a melhor coisa a fazer é proibir doação de empresas, permitir ao cidadão comum e não entrar nessa de financiamento público de campanha.

Eu acho que, se se quer mesmo combater a corrupção, tem que evitar doações das formas mais espúrias que existem dos grandes corruptores do mundo: o Estado e as empresas.