Menos lavação de roupa suja; mais trabalho na Lava Jato
Não é nada bom que comece uma lavação de roupa suja institucional a essa altura tão delicada da Lava Jato. O procurador-geral deveria responder porque o ministro Gilmar Mendes fez uma imputação muito grave e direta: disse que teria sido praticado um crime dentro da PGR com um vazamento coletivo de nomes.
O procurador-geral não citou o nome de Mendes, mas respondeu: disse não ser frequentador de banquetes do poder, que não costumava ser visto entre comensais, bajulando o poder, em menção aos recentes encontros do ministro Gilmar Mendes com o presidente Michel Temer e outros políticos.
Janot também falou em “desinteria verbal”, sem deixar claro se se referia ao ministro ou à ombudsman da Folha, também criticada, por ter publicado em sua coluna no domingo que teria havido o tal vazamento coletivo. Ele negou essa informação. Foram citados apenas os números de pessoas envolvidas no pedido de Janot.
Agora a temperatura subiu demais. O procurador-geral e o ministro Gilmar Mendes chegaram ao bate-boca e isso não é bom para a Lava Jato. Melhor seria que cada um voltasse às suas atribuições.
Enquanto eles batem boca, não sabemos quando será a quebra do sigilo das delações. E a presidente do STF Cármen Lúcia ainda não definiu se adotará ou não um planejamento específico para o Supremo se dedicar à Lava Jato.
As autoridades responsáveis pela Lava Jato têm que sair do terreno da lavação da roupa suja para apresentar ao País um cronograma compatível e viável de análise da mais importante operação em curso.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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