Mesmo com crises, não havia a possibilidade de Janot não ser reconduzido
Surpreendeu a votação maciça de 26 votos a um a favor da recondução de Rodrigo Janot à Procuradoria-geral da República na CCJ do Senado?
A forma como foi apresentada a recondução de Rodrigo Janot à Procuradoria-geral da República não podia ter outra consequência que não fosse, primeiro: a indicação do nome dele por Dilma; segundo: a maioria na CCJ que aprovasse essa recondução depois da sabatina.
Acontece que Janot teve uma maioria expressiva na votação dos seus colegas procuradores, acontece também que a única instituição do estado brasileiro respeitada pela população hoje é a Operação Lava Jato, que tem como seus principais agentes o juiz federal Sergio Moro, os membros do MPF no Paraná e a PF no Paraná, mas também um braço importante, que é exatamente o braço que lida com os políticos, ligado ao STF e ao procurador-geral da República.
Não havia entre os nomes possíveis de ser reconduzidos nenhum nome que diferisse basicamente disso. E ficou claro ao ser reconduzido o atual ocupante que, nem a presidente, nem o Senado, mesmo havendo 10 membros do Senado envolvido nas investigações da Lava Jato, não havia possibilidade de, numa crise política, econômica e moral como estamos vivendo hoje no Brasil, haver qualquer tipo de interrupção no processo que está sendo feito pela Operação Lava Jato.
Particularmente, eu achei da maior relevância que Janot tenha dito que a corrupção na Petrobras é o caso mais escabroso dos seus 31 anos de procurador.
Isso, de certa forma, arquiva aquelas tentativas desesperadas de mostrar que na história já houve muito pior, mas que agora há uma concentração política.
Aliás, Janot, após de mais de 10 horas de sabatina, deixou claro que tudo o que é feito na Procuradoria, na PF e na Justiça do Paraná é técnico, não tem interferência política. Então, segue a banda.
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