Milhares de inconformados marcham em Nova York contra Trump e contra a… democracia!

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 10/11/2016 09h24
AVX647. NUEVA YORK (EE.UU.), 09/11/2016.- Manifestantes protestan contra los resultados electorales hoy, miércoles 9 de noviembre de 2016, frente a la torre Trump de Nueva York (NY, EE.UU.). Donald Trump es el presidente electo de los Estados Unidos tras las elecciones generales de este martes. EFE/Alba Vigaray EFE/Alba Vigaray Você não é meu presidente

Pois é…

O que está menos adequado a um regime democrático? A eleição de alguém como Donald Trump, coisa que me parece, sem dúvida, detestável, ou a decisão de alguns milhares de marchar pelas ruas de Nova York e mais seis cidades para protestar contra o resultado? Notem: expressar desagrado é legítimo. Nos termos, no entanto, em que a manifestação se deu, ah, aí não!

Os que tomaram as ruas não estavam exigindo, sei lá, que Trump mudasse a agenda. O que se tinha era o questionamento do resultado. Informa a http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/11/1831059-manifestantes-marcham-por-nova-york-para-demitir-donald-trump.shtml que o inefável Michael Moore, cineasta, era um dos que marchavam. Disse ele: “Você está numa bolha com câmara de eco adjacente, onde você e seus amigos se convencerem de que o povo não elegerá um idiota para presidente (…). A maioria não queria esse cara lá”. Ele se referia ao fato de que a democrata Hillary Clinton obteve mais votos totais, mas perdeu no Colégio Eleitoral.

Pois é… Nessa hora, o que este senhor faz é desqualificar as regras do jogo porque, afinal, seu time perdeu. O sistema de eleição indireta nos EUA não foi inventado ontem.

Informa Folha:
“No primeiro e dificilmente último protesto contra o futuro presidente em Nova York também irromperam coros de ‘black lives matter’ (vidas negras importam) e variações com latinos, muçulmanos e transexuais; ‘one step forward to 50 years back’ (um passo à frente para voltar 50 anos); ‘we want better’ (queremos algo melhor); ‘Trump is a clown, bring that motherfucker down’ (Trump é um palhaço, derrubem esse filho da puta); e o mais sintético de todos: ‘Fuck Trump’ (foda-se Trump).”

Pois é… Ali estava uma miríade de minorias organizadas, com palavras de ordem na ponta da língua, dispostas a desqualificar, então, as regras segunda as quais sua candidata também concorreu. Faço aqui uma pergunta: não é precisamente a esse tipo de radicalização e de extremismo de grupelhos que está a responder o eleitorado? Ou por outra: Trump não é então, a imagem especular, e oposta, dessa esquerda intolerante? Não seria esse tipo de sectarismo a alimentar a fala do magnata, que apela diretamente ao coração e ao ódio dos ressentidos?

Detestei a vitória de Trump e já expus meus motivos. Mas é evidente que é preciso respeitar as regras do jogo, o que essa turma não está fazendo.

Trump já percebeu como toca a música. Os mercados reagiram muito mal à sua vitória. Dado o discurso de conciliação, os investidores já ficaram menos ressabiados. Sabe que será demitido se resolver pôr em prática tudo o que prometeu. E sabe que também os seus não o perdoarão por não poder fazer o que prometeu. E, nesse caso, pode ser demitido pelo eleitor.

Que tal os inconformados acatarem o arcabouço legal que regula as eleições? A fase do espetáculo já passou.

 

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