Ministros negam crise após Renan chamar Moraes de “chefete de polícia”
A PEC do teto de gastos, que deve ser aprovada nesta terça (25) na Câmara, pode encontrar um clima conflagrado no Senado quando para lá for encaminhada. Isso porque policiais legislativos a serviço de figuras importantes na Casa, como Lobão, o ex-presidente Sarney, Gleisi Hoffmann e Collor, foram presos por ordenar e fazer varreduras nos gabinetes e casas dos senadores em busca de grampos. Policiais do Senado fizeram inclusive “freelas” para a Câmara, ao ex-presidente Eduardo Cunha.
O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) não está satisfeito com a ação da Polícia Federal e vociferou contra o ministro da Justiça Alexandre de Moraes, chamando-o de “chefete de polícia”. Dois ministros de Michel Temer, no entanto, avaliam que a animosidade no Senado não é tão grande a ponto de comprometer a votação PEC do Teto no Senado.
Os ministros, ouvidos pela colunista Jovem Pan Vera Magalhães nesta terça, entendem que essa não é uma crise com o governo Temer, mas de Renan Calheiros com o Judiciário. Quanto à crítica de Renan a Moraes, os colegas de Esplanada entendem que as reclamações são circunscritas ao ministro, e não ao governo.
Eles concordaram que Moraes tem causado crise demais em tempo “de menos”, com declarações polêmicas. Disseram que Michel Temer já está tratando disso e tem conversado com o ministro da Justiça, mas ainda não falam em substituição de Moraes na pasta.
Panos quentes
O próprio presidente Michel Temer conversou com Renan ainda na segunda (24), expôs essa posição de que não é uma questão de governo, deu razão a ele no mérito do atrito com o Judiciário e tentou amenizar o clima, falando de votações caras ao Planalto. Os ministros também concordam com Renan na reclamação contra o Judiciário.
Renan acha que um juiz de primeira instância não poderia ter determinado uma ação como a Operação Métis no Senado. Por se tratar da cúpula de um poder, o alagoano entende que a operação deveria ter sido determinada pela cúpula de outro poder, ou seja, pelo Supremo Tribunal Federal.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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