Morte, violência e desencanto tomaram conta do Brasil?
No fechamento do Jornal da Manhã desta terça-feira, Joseval Peixoto chora o Brasil de hoje em dois textos dos dois maiores jornais impressos de São Paulo, o Estadão e a Folha.
O artigo de Arnaldo Jabor e a crônica de Carlos Heitor Cony mostram o desencanto que está tomando conta da gente em relação ao que acontece no Brasil.
Jabor fala de “uma grande violência do povo contra si mesmo”. Diz o jornalista em O Estado de S. Paulo: “Garotos decapitam outros numa prisão, ônibus são queimados por nada, com os passageiros dentro, meninas em fogo, presos massacrados, crianças assassinadas por pais e mães, uma revolta sem rumo, um rancor geral contra tudo. O Brasil está com ódio de si mesmo. Cria-se um desespero de autodestruição e o País começa a se atacar”.
Já Cony relata um fato isolado, a vista de um cadáver de um menino, enrigecido e denso, pousado sobre o asfalto. “Os ralos bebem o sangue” do “menino anônimo e imóvel”, que “cumpriu sua função de menino, “sem nenhum adulto escuro e desiludido a substituí-lo pela vida afora”, diz na Folha de S. Paulo.
Finalmente, Joseval lembra a chacina do Guarujá, em que Fabiana Maria de Jesus, 33 anos, teve sua vida destruída “por engano”, supostamente por ter sido confundida com uma foto na rede social, que denunciaria uma suposta sequestradora na cidade litorânea paulista – algo de que a polícia não tem notícia.
Termina, então, com trecho do texto de Jabor que, citando Oswald de Andrade, diz: “as locomotivas estavam prontas para partir, mas alguém torceu a alavanca e elas partiram na direção oposta”.
Esse é o Brasil de hoje?
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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