Movimento na Câmara pode fomentar saída oficial do PSDB da base de Temer
Dois importantes líderes tucanos disseram à colunista Jovem Pan Vera Magalhães que o apoio a Michel Temer está se tornando “insustentável” e deverá ser rediscutido ainda nesta semana, antes da votação da denúncia contra o presidente. O PSDB da Câmara, segunda bancada da base em número, já está em oposição franca a Temer. Isso agora pode se estender ao partido de maneira institucional.
Isso se deve aos termos duríssimos e acusações gravíssimas presentes na denúncia apresentada por Rodrigo Janot contra o presidente Temer.
A Procuradoria avaliou que o dinheiro recebido por Loures se destinava ao presidente e seria apenas uma parcela de uma propina de R$ 38 milhões, referentes a ajuste de negócio da JBS com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A PGR diz também que o presidente teria dado o aval e incentivado o pagamento de mesada a Eduardo Cunha na prisão. Esse trecho consta em relatório que deverá fundamentar uma segunda denúncia de obstrução à Justiça e chama Temer e seus aliados de “comparsas”.
A situação de Temer fica muito agravada, mesmo em relação a segunda-feira, quando o líder do PSDB na Câmara disse à Jovem Pan que sente que “a maioria, senão a totalidade dos deputados votará pela admissibilidade da matéria (denúncia)”.
Enquanto alguns partidos tentam manobra desesperada de tirar da CCJ os deputados contrários ao presidente, o PSDB da Câmara faz o movimento inverso, de tirar da comissão quem é a favor de Temer. A Comissão de Constituição e Justiça é a primeira a dar um parecer sobre a denúncia apresentada por Janot.
Se o PSDB desembarcar do governo oficialmente, a situação do presidente se torna cada vez mais delicada.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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