Mudança no nome dos logradouros públicos causa polêmica

  • Por Jovem Pan
  • 20/08/2015 10h02
Vista do Elevado Presidente Costa e Silva, conhecido como Minhocão ou Elevado, em São Paulo, SP. A via expressa elevada liga a região da praça Roosevelt, no centro da cidade, ao largo Padre Péricles, em Perdizes. (São Paulo, SP, 23.09.2014. Foto de Dário Oliveira/Código19/Folhapress) Folhapress Minhocão

A que se deve essa mudança de nomes de logradouros públicos a partir das ideologias dos governantes de plantão?

Recentemente, publiquei um artigo no jornal “O Estado de S.Paulo”, mostrando que, apesar de dizer que despreza delatores, a presidente Dilma Rousseff deu o nome de um a um conjunto habitacional em Maricá, na Grande Rio.

É o Carlos Alberto Soares de Freitas, o Belo Beto. Existe na internet uma longa delação feita por Beto, na qual Dilma é citada, então ela não despreza esse delator.

Mas eu lembrei desse fato para dizer o seguinte: nem Carlos Marighella, que é o outro homenageado, nem ele tinha qualquer ligação com a comunidade de Maricá. Portanto, não há por que nomear conjuntos habitacionais com o nome deles. Até porque, nenhum dos dois lutou por uma democracia, mas por uma ditadura do proletariado.

Também o Marechal Arthur da Costa e Silva, que dá nome ao Minhocão em São Paulo, não lutou pela democracia, nem pela liberdade. Ele foi um ditador, e foi homenageado pelo prefeito que o bajulava e que construíu o horroroso Minhocão.

Chama-se Paulo Maluf, que hoje é aliado do PT e um dos condôminos da prefeitura petista de Fernando Haddad. Fernando Haddad está anunciando que vai mudar o nome para Minhocão, que é o nome como todo mundo conhece o horroroso viaduto.

Só que o nome de certo devia ser Paulo Maluf. Foi ele que construíu, e hoje é dono de uma parte significativa da prefeitura de São Paulo, controlada pelo PT e por ele.

Eu quero lembrar isso tudo porque neste momento, no Recife, a Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco está perpetando uma das maiores piadas da história do Brasil, está mudando o nome do Aeroporto Internacional de Guararapes, que já tinha sido mudado para Aeroporto Internacional de Guararapes Gilberto Freyre, e agora passará a ser chamado de Aeroporto Internacional de Guararapes Gilberto Freyre Eduardo Campos.

Eu não conheço caso de três nomes para um lugar só, e esse realmente é ridículo, como expõe o meu amigo, o grande advogado José Paulo Cavalcante Filho, membro da Comissão da Verdade, no caso fala a verdade, e que lembrou o seguinte: pelo jeito, quando um piloto sair aqui de São Paulo, ele já vai ter que dizer o nome do aeroporto, porque se for homenagear todos os pernambucanos mortos que merecem essa homenagem (Luiz Gonzaga, Dominguinhos e por aí afora).

A banqueira e educadora, Neca Setubal, acusada de tirar o pão do prato do trabalhador quando assessorava Marina Silva na campanha da Dilma Rousseff escreveu: “Como é que se imagina dar o nome de alguém que morreu de desastre de avião a um aeroporto?”.

E isso lembra um caso famoso do John Kenneth Galbraith. O economista americano escreveu um livro “The Great Crash”, um dos maiores sucessos da história da edição internacional e que nunca foi vendido nos aeroportos de língua inglesa porque “crash” significa desastre, e por isso ninguém ousava vender esse tipo de livro num aeroporto. Pelo amor de Deus, essa gente não tem mais nada para fazer?

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