Na crise todo mundo quebra, mas os bancos se mantêm incólumes

  • Por Rachel Sheherazade/ JP
  • 24/09/2015 12h24
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Cartão de crédito ainda lidera a inadimplência de famílias

Agência Brasil Cartão de crédito

Como se fosse pouco o dólar a R$ 4,14 e a inflação de 9,34%, os juros também estão pela hora da morte.

Os banqueiros não têm o que lamentar. Muito pelo contrário: o lucro dos bancos vem batendo sucessivos recordes. Só no primeiro semestre deste ano, os quatro maiores bancos do país tiveram 40 por cento a mais de ganhos que superam os 15 bilhões de reais. Toda essa bonança não é a toa.

Enquanto o poupador empresta seu dinheiro aos bancos por um rendimento mísero de zero vírgula sessenta por cento ao mês, em média, os banqueiros faturam alto com juros claramente extorsivos.

O Banco Central divulgou que, em agosto, os juros do cheque especial voltaram a subir e atingiram a marca de 253,2% ao ano, o maior índice desde setembro de 1995. E esse nem é o maior absurdo.

Os juros do rotativo do cartão de crédito subiram 8,8 pontos e agora superam a casa dos 400 por cento. Em agosto, essa modalidade de crédito chegou a 403,5%. Com esta taxa de juros astronômica, atrasar o pagamento do cartão é praticamente um suicídio financeiro.

As sucessivas altas dos juros são uma estratégia para conter o consumo. Consumo que o próprio Governo incentivou.
Mas, enquanto o consumidor é depenado, os bancos estão nadando em dinheiro. Emprestando dinheiro a juros abusivos, enchem os bolsos à custa da inadimplência do devedor, que muitas vezes não consegue saldar sua dívida exatamente por causa dos juros impraticáveis que lhe são cobrados.

Juros altos não só contêm o crédito, o consumo, eles também provocam inadimplência, que justifica mais altas de juros. É um círculo vicioso que só favorece aos credores. Não à toa, em plena crise econômica, todo mundo quebra, mas os bancos se mantêm incólumes.

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