Não tem o menor sentido Dilma recusar as credenciais do embaixador da Indonésia

  • Por Jovem Pan
  • 21/02/2015 16h00
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Pergunta: O que justifica a falta de educação da presidente da República de não receber as credenciais do embaixador da Indonésia no Brasil, numa solenidade que estava para recuperar uma falha dela há muito tempo e, há muito tempo, como presidente do Mercosul não dizer uma palavra sobre a violência contra a democracia na Venezuela?

Resposta: Nesta sexta feira, em Brasília, o governo brasileiro cometeu uma das maiores indelicadezas da história de nossa diplomacia desde os tempos do Barão de Rio Branco.

A presidente Dilma Rousseff não recebeu as credenciais do embaixador da Indonésia no Brasil, Toto Riyanto, dizendo que há um problema e que as relações estão estremecidas entre os dois países, isso tudo depois da execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, fuzilado em janeiro na Indonésia, e a manutenção de pena de morte para outro brasileiro, Rodrigo Goularte, muito embora esse tenha sido encaminhado para uma clínica, para exames a respeito de suas condições psiquiátricas. O embaixador era o primeiro da fila, foi retirado da fila e saiu pelas portas do fundo e a decisão de Dilma é absurda.

Não tem nada a ver as relações… O Brasil não está rompido com a Indonésia, não há motivos para romper e Dilma não tem autoridade para agir deste jeito com o embaixador da Indonésia, nem com ninguém, por que ela é presidente interina. Quer dizer, presidente interina não, presidente rotativa do Mercosul.

Acontece que ela e a senhora Cristina Kirchner, expulsaram o Paraguai, que era um opositor da entrada da Venezuela no Mercosul, para aceitar a Venezuela, descumprindo o obvio impedimento da Venezuela que é sua evidente ditadura. Neste momento, o opositor Leopoldo Lopes está na cadeia e foi agredido na sela.

O prefeito de Caracas foi, simplesmente, preso, por que é da oposição. E Dilma, nem como presidente do Brasil, vizinho da Venezuela, parceiro da Venezuela, nem como presidente rotativa do Mercosul, cobrou nada de um governo que tem cometido as maiores agressões aos direitos humanos. Por exemplo, o Nicolás Maduro superou Hugo chaves por que conseguiu autorização legislativa para atirar e matar opositores que forem fazer manifestações na rua.

Será que Dilma não reclama disso porque está pretendendo fazer a mesma cosia no Brasil? Eu duvido que ela consiga passar uma lei desta, de qualquer maneira, ela, como representante do povo brasileiro, por que ela foi eleita, ela não está lá por decisão do coletivo do PT e nem do grupo guerrilheiro ao qual ela servia; ela está lá eleita pelo povo brasileiro e tem que representar o Brasil.

E o Brasil é signatário de um acordo que diz que ninguém pode pertencer ao Mercosul se não tiver um regime democrático de direito, funcionando. O Paraguai tem. Foi recuperado e voltou. Mas a Venezuela não tem. Então a Dilma tem uma política externa conduzida pelo fígado dela, pelas ideias dela e pelas limitações evidentes de sua capacidade de dircenimento.

Não tem o menor sentido, nem recusar as credenciais ao embaixador da Indonésia e nem se calar diante das obvias agressões aos direitos humanos e a liberdade do tiranete que entrou no lugar do Hugo Chaves contra a oposição, na Venezuela.

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