A naturalidade e o deboche dos delatores da Odebrecht
Marcelo Odebrecht saindo da carceragem da Polícia Federal para exame de corpo de delito no IML de Curitiba em junho de 2015
AE - Marcelo Odebrecht saindo da carceragem da Polícia Federal para exame de corpo de delito no IML de Curitiba em junho de 2015O ouvinte já terá, nesta altura, visto ou ouvido dezenas de delações. Os vídeos e áudios estão por toda parte. As falas dos delatores da Odebrecht são reveladoras por evidenciarem a existência de uma cultura empresarial corrompida e corruptora. Tudo aquilo que ora se revela era normal, cotidiano, há 30 anos. Não era exceção.
A naturalidade com que os delatores contam o que sabem, portanto, não surpreende. Espantoso é o tom de deboche, a forma como muitos se jactam do poder do dinheiro que distribuíam e, pois, do modo como dispunham dos políticos.
Esse tom também significa – sobretudo – manifestação de alegria por terem escolhido delatar. Foi aposta certeira. Ou não estarão todos esses bandidos, uma vez dadas suas colaborações à Justiça, livres? Esses têm motivo para comemorar.
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