Nem dono do governo nem bobo da corte
Nem dono do governo nem otário ou bobo da corte. Marcelo Odebrecht era sócio da gestão petista, parceiro. Dava ali, recebia acolá. Tudo rapidamente. Diga-se que ele, por meio da empreiteira, fazia um investimento sem paralelo em termos de taxa de retorno.
O famoso departamento de operações estruturadas funcionava como espécie informal de corretora de valores. Botava uma merraca no esquema de corrupção, como propina ou caixa-dois, e tinha retornos financeiros exorbitantes. Não havia ação no mundo que rendesse tão bem.
E – o mais importante – Dilma Rousseff, que de gerentona competente passou a sonsa, vítima do próprio governo, Dilma Rousseff sabia de tudo. Foi posta a par pelo próprio Odebrecht. A imprensa brasileira precisa parar – com urgência – de tratá-la como personagem desavisada, desinformada, enganada, à margem de cujo olhar ocorriam todos os desvios.
Não. Ela – repito – sabia de tudo. O próprio perfil centralizador que criou para si é consistente com isso: ela, controladora porém incompetente, sabia de tudo, sempre soube, e nada fez contra.
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