Nem dono do governo nem bobo da corte

  • Por Carlos Andreazza/Jovem Pan
  • 03/03/2017 07h44
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Reuters Marcelo Odebrecht

Nem dono do governo nem otário ou bobo da corte. Marcelo Odebrecht era sócio da gestão petista, parceiro. Dava ali, recebia acolá. Tudo rapidamente. Diga-se que ele, por meio da empreiteira, fazia um investimento sem paralelo em termos de taxa de retorno.

O famoso departamento de operações estruturadas funcionava como espécie informal de corretora de valores. Botava uma merraca no esquema de corrupção, como propina ou caixa-dois, e tinha retornos financeiros exorbitantes. Não havia ação no mundo que rendesse tão bem.

E – o mais importante – Dilma Rousseff, que de gerentona competente passou a sonsa, vítima do próprio governo, Dilma Rousseff sabia de tudo. Foi posta a par pelo próprio Odebrecht. A imprensa brasileira precisa parar – com urgência – de tratá-la como personagem desavisada, desinformada, enganada, à margem de cujo olhar ocorriam todos os desvios.

Não. Ela – repito – sabia de tudo. O próprio perfil centralizador que criou para si é consistente com isso: ela, controladora porém incompetente, sabia de tudo, sempre soube, e nada fez contra.

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