Nem a presidente Dilma e nem a oposição tem razão no caso da CPI da Petrobras, diz Nêumanne
Nêumanne, quem tem razão: a oposição que quer destituir o relator da CPI da Petrobras, ou a presidente Dilma que diz que: “Bom, esse é um assunto do Congresso, não da Presidência da República, não é do porder executivo”?
A briga entre a presidente Dilma Rousseff e o PSDB, principal partido de oposição, entorno do escândalo, da fraude publicada pela VEJA nesta semana de que depoentes da CPI da Petrobras no senado foram instruidos sobre que perguntas iriam ser formuladas e como deveriam respondê-las chegou a um estágio impressionante. Nenhum dos lados têm razão.
O PSDB cometeu um erro terrível de criar as duas CPIs: CPI do Senado e CPI do Congresso. Como o governo tem controle, o PSDB já sabia disso desde de que foi apresentada a primeira requisição para a CPI, só podia dar em pizza mesmo, aliás sempre deu pizza, né? Principalmente com o governo sob controle.
A CPI é um erro da oposição, não do governo. Agora, na CPI, o governo cometeu um erro grave que foi treinar ex-diretores e a atual presidente da Petrobras para responder as questões. Este é um problema do executivo. A Petrobras não é uma empresa sob controle do poder legislativo, a Petrobras é uma empresa do contribuinte e quem administra é a União.
Então, não adianta a presidente Dilma fugir da responsabilidade, do Conselho de administração ela fugiu, mas desse não dá pra fugir. A senhora Graça Foster é funcionaria da Petrobras, a Petrobras é uma empresa estatal sob controle do governo e não da Petrobras. Da mesma forma, os funcionários da Petrobras envolvidos, o senhor José Eduardo Barrocas, diretor da Petrobras em Brasília, o senhor Leonan, que é o chefe do departamento jurídico da Petrobras em Brasília. Todos eles são funcionários da Petrobras e precisam responder ao patrão, que é o contribuinte. E o governo é que deve tomar as devidas medidas e dar as devidas explicações.
Em relação à oposição, meus amigos, pedir a cabeça do relator da CPI num caso desse é mais ou menos como o personagem da piada que resolveu vender o divã que no qual a muher o traia com o amante.
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