Nem todos são iguais entre os bandidos

  • Por Jovem Pan
  • 13/04/2017 11h37 - Atualizado em 22/06/2017 11h19
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Ricardo Stuckert/ Instituto Lula Lula

Revelada a lista de Fachin, agora é hora de destrinçarmos a natureza das investigações. Isso dará trabalho, porque pressupõe examinar caso a caso, nome a nome. Dará trabalho, mas é empreitada fundamental. Porque, ouvinte, neste exato momento – e desde que a lista foi divulgada – investe-se loucamente, inclusive na imprensa, na perigosa tese de que todos os políticos são igualmente sujos e que é tudo a mesma coisa.

A quem – pergunto – serve esse discurso que nivela por baixo? A Lula, claro.

Que se danem os políticos – digo eu. Mas que se danem, cada um, com base na gravidade, tipificada, dos crimes que cometeram. Isso, ouvinte, é importante não para que um ou outro pegos com as mãos no caixa 2 sejam absolvidos ou punidos apenas modestamente, praticante de ilícito eleitoral; mas para que sejam distinguidos e duramente condenados aqueles que cometeram delitos de caráter penal – propina, corrupção passiva, lavagem de dinheiro.

Expor as diferenças de peso e profundidade entre crimes é questão decisiva à cultura da Justiça entre nós, e importantíssima também para desmontar a narrativa – essencialmente petista – que tenta colocar tudo e todos no mesmo balaio, lá de onde o PT, que aparelhou o Estado com o intuito de nunca mais sair, emergiria como maior beneficiário.

Terá o ouvinte já escutado o que diz Marcelo Odebrecht sobre Lula, Palocci e Mantega?

Avizinhamo-nos, pois, de um momento decisivo para o futuro da Operação Lava-Jato: o de enquadrar. Porque, aceitos os inquéritos propostos pelo procurador-geral da República, cabe agora ao Ministério Público Federal a responsabilidade vital de detalhar — de esmiuçar e amarrar — a natureza criminal, se eleitoral e/ou penal, dos crimes de cada um dos investigados, e então oferecer ao Supremo denúncias cuja solidez depende de serem singulares e específicas.

Se todos devem – e devem mesmo – ser punidos pelos crimes que cometeram, devem também ser crescentes, e claramente explicados, os graus de pena contra os que conceberam e botaram a funcionar uma complexa estrutura – sem precedentes – de assalto ao Estado para fins de permanência no poder.

Nem todos são iguais entre os bandidos.

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