Nicarágua volta a ser manchete nos EUA

  • Por Jovem Pan
  • 12/03/2016 13h29
EFE Daniel Ortega (EFE)

Houve um tempo em que o noticiário da América Central, como a revolução sandinista e a guerra civil na Nicarágua, rendia manchetes nos Estados Unidos, mas isto era nos anos 80. Esta semana, tivemos uma raridade: o jornal The New York Times deu uma manchete sobre a Nicarágua.

Manchete dada a uma vasta reportagem sobre a volta dos contras, os rebeldes que nos anos 80 tentavam derrubar o regime sandinista de Daniel Ortega e recebiam ajudam clandestina do governo americano, o que gerou um escândalo para o ex-presidente Reagan.

Pois bem, a guerra civil terminou há mais de 25 anos, quando Ortega perdeu eleições. Os contras, porém, realizam emboscadas novamente contra o mesmo governo Ortega que voltou ao poder em eleições há dez anos. Ortega é socialista da boca para fora, embora ainda seja popular graças aos seus insustentáveis programas sociais, algo tão familiar na América Latina, assim como a corrupção de regimes populistas.

A Nicarágua de Ortega é uma semiditadura, ao estilo boliviariano, do patrono Hugo Chávez. Ortega, um típico caudilho, mudou a Constituição para concorrer novamente ao poder. Ele entrega contratos e obras para os seus familiares e aliados. Sua nora dirige a rede de postos de gasolina que recebem petróleo subvencionado da Venezuela. Um dos filhos do presidente, que trabalha em uma agencia estatal de promoção de investimento, foi visto com um rolex de 47 mil dólares no punho.

Nada mais irônico que uma recente medida do suposto governo socialista da Nicarágua tenha sido a suspensão de impostos para a importação de iates e de helicópteros. Não é à toa que o atual governo é comparado à ditadura Somoza, aquela que foi derrubada por Ortega e os sandinistas.

Os contras estão de volta, mas este não é o maior temor do regime sandinista, mas o colapso do governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, que proporciona petróleo a preços camaradas e garante programas sociais. Vamos ver por quanto tempo o povo da Nicarágua será solidário com os sandinistas.

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