No dia da cassação de Cunha, a indignidade gritante e gritada das esquerdas

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 13/09/2016 09h37
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Brasília - A presidenta Dilma Rousseff cumprimenta o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, na abertura do Ano Legislativo, no Congresso Nacional (Wilson Dias/Agência Brasil) Wilson Dias/Agência Brasil Dilma Rousseff

A indignidade das viúvas do PT na sessão que cassou o mandato de Eduardo Cunha era mesmo algo fabuloso, estupefaciente. Em momentos assim, parece-me claro que a deputada Jandira Feghali (PCdoB), candidata à Prefeitura do Rio, é daquelas que não têm concorrência. Não que o neoclorofilado da Rede Aliel Machado (PR), ex-camarada de Jandira no “comunismo do Brasil”, não lhe tenha tentado tomar o posto da impostura, se me permitem o gracejo. Alessandro Molon (RJ), outro que também andou se engaçando com os troncos da floresta de Marina, vindo do PT, brilhou nessa plêiade de vigarices intelectuais.

A que me refiro? Os três decidiram praticamente ignorar a razão por que Cunha estava sendo cassado. E olhem que nem tomaram o cuidado de dar tanto relevo às informações oriundas do Ministério Público. Não estavam em julgamento, claro!, mas é evidente que as falcatruas de que o peemedebista é acusado estão presentes, não é?  Que nada! Não deram a menor bola para isso.

Esses foram os destaques, sim, mas, em uníssono, os esquerdistas, acreditem, decidiram atacar a dita “agenda conservadora” de Cunha, acusando-o de ter sido, assim, uma espécie de instrumento da reação. E Jandira vociferava: “Os progressistas ainda vão voltar ao poder”. E martelava a tese do golpe contra Dilma.

A seu modo, faz sentido. Ali estava uma “comunista do Brasil”, aquele partido cujas ONGs se metem, de vez em quando, em relações bastante suspeitas com dinheiro público.

No fim das contas, aquela turma estava pouco se lixando se Eduardo Cunha tinha ou não dinheiro no exterior; se havia ou não se locupletado com maracutaias na Petrobras. Ora, por que esquerdistas dariam bola para questões dessa natureza? Isso, convenham, eles também fazem. Não! Os arautos do governo deposto, inclusive os dois representantes do partido de Marina Silva, estavam lá para falar em nome de uma tal agenda progressista.

E assim fizeram muitos dos vermelhinhos. Senti falta de Jean Wyllys (PSOL-RJ) — não apareceu para cuspir em ninguém? Que coisa! Os comunas não estão nem aí se há roubalheira ou não desde, como é mesmo, que possam falar em nome da libertação do povo e das sinecuras que esse discurso rende.

E, claro, como sempre, ninguém gritava mais do que Ivan Valente (PSOL-SP), um deputado notório por pensar quando berra e berrar quando pensa. Na cabeça desses mistificadores, a cassação de Cunha representava, como é mesmo?, a derrota do que eles chamam “projeto conservador”.

Os mistificadores só não se deram conta de que, entre os 450 votos que cassaram Cunha, estavam a quase totalidade dos 367 que votaram em favor do impeachment de Dilma. Cunha só obteve uma rejeição ainda maior porque, por óbvio, a esquerda votou a favor de Dilma e contra ele.

Quem cassou Cunha foram aqueles que os comunas consideram “reacionários”. Eles, sozinhos, não tinham votos para isso. Como não tiveram para salvar Dilma. 

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