Nomeação de ministro réu busca agradar Renan Calheiros
Pedir a compreensão da população para aprovar medidas de ajuste fiscal e, ao mesmo tempo, nomear um ministro que é réu parece algo contraditório por parte do governo Temer. Mas, ao mesmo tempo, faz parte do mesmo esforço, explica a colunista Jovem Pan Vera Magalhães.
Michel Temer nomeou Marx Beltrão para o ministério do Turismo, e ele entra no lugar de Henrique Alves, que deixou o cargo justamente ao ser incluído na Lava Jato. O deputado Marx Belrão é do PMDB das Alagoas e é indicação do presidente do Senado Renan Calheiros, do mesmo partido e estado.
Renan sempre tem um comportamento muito dúblio em relação ao governo: ora apoia, ora critica; ora ajuda, ora cria dificuldades, geralmente de acordo com suas próprias conveniências e interesses. E o governo Temer busca apoio de dois terços do Congresso para aprovar medidas de controle das contas públicas, como a PEC dos Gastos e a Reforma da Previdência.
Beltrão é réu por improbidade administrativa por irregularidades no Fundo de Previdência de Coruripe (AL), entre 2009-2012, uma das cidades que Renan controla politicamente.
Beltrão (dir.) em visita ao presidente do Senado Renan Calheiros (c.) em fevereiro do ano passado (Fernando Bizerra/Agência Senado)
“Parecer”
Ministros dizem que Temer recebeu pareceres jurídicos “robustos” que dizem que o ministro nada tem a ver com essa história e que o processo não vai adiante.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã desta quinta (06), o presidente da República Michel Temer também falou sobre o assunto e defendeu o ministro.
Ele revelou que o parecer jurídico que previa a absolvição do ministro foi elaborado por Aristides Junqueira, ex-procurador-geral da República.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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