Números da percepção popular não são mais desastrosos para Trump
Donald Trump - EFE
Existe o esperado carnaval em torno de Donald Trump, mas se moderarmos a folia emocional devemos reconhecer que as coisas não estão tão trágicas para o quadragésimo-quinto presidente americano, com pouco mais de um mês de mandato.
Estão aí os sóbrios dados da pesquisa Wall Street Journal/ TV NBC, divulgados no domingo. A visão negativa sobre Trump é historicamente alta, mas muitos americanos estão abertos à sua agenda de populismo nacionalista. E, muito importante, não apenas os republicanos.
Os números da percepção popular não são mais desastrosos para Trump graças ao apoio do setor definido como centro crítico. Este setor engloba eleitores que votaram em outros candidatos em novembro passado, que não Trump ou Hillary Clinton, não votaram ou cravaram o voto em Trump meramente por não ser Hillary. O centro crítico perfaz 30% dos eleitores.
A pesquisa mostra que 44% dos americanos aprovam o desempenho de Trump, enquanto 48% desaprovam.Trata-se do primeiro presidente no pós-guerra com um total negativo, ou seja, estes quatro pontos para baixo, na primeira avaliação da opinião pública. Em geral, novos presidentes desfrutam de uma lua-de-mel com a população depois da eleição e no comecinho do mandato. Para dar uma medida, levaram 32 meses para Barack Obama cair no patamar atual de Trump. Levaram 41 meses para George W. Bush despencar tanto.
Neste grupo do centro crítico, Trump tem uma aprovação de 55%, com aplausos à sua gestão da economia e a opinião de que os seus tropeções iniciais são típicos de qualquer nova administração na Casa Branca, um constraste com a avaliação majoritária de que os problemas do presidente são singulares.
Quem gosta de Trump diz que ele está cumprindo as promessas de campanha como trazer empregos de volta e fechar as fronteiras. E pede que a imprensa não seja tão apressada para julgá-lo. Para quem desaprova, Trump carece de temperamento, competência e qualificações para ser presidente.
Em termos gerais, as percepções da campanha foram estendidas para o início de governo. E algo efetivamente não mudou. A maioria dos americanos, 59%, não gostam de Trump pessoalmente, em uma taxa de antipatia acima da dos cinco presidentes que o antecederam no cargo. O consolo é que existe mais tolerância ao que ele prega, 47% dos americanos.
Trump considera notícia fajuta qualquer notícia negativa sobre ele e trata a mídia como inimiga do povo. Tem motivo de satisfação em um dado desta pesquisa Wall Street Journal/ TV NBC: 51% dos americanos dizem que a imprensa tem sido muito crítica sobre o presidente, enquanto para 41% ela é justa e objetiva. Com este dado, o presidente-folião vai cair no samba.
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