O Brasil não é o único por aí

EFE Jacob Zuma - EFE

País emergente, mergulhado em profunda crise econômica, atolado na lama de corrupção até o pescoço, governo intimamente envolvido em transações corruptas com uma das mais poderosas famílias empresariaise oposição exige a renúncia de presidente. Poderia ser o Brasil, mas o Brasil não é o único Brasil por aí.

Estamos falando da Africa do Sul, na qual as alegações de corrupção vinculando o presidente Jacob Zuma à família Gupta geraram uma crise sem precedentes dentro do partido governista, o Congresso Nacional Africano, sobre como manter o controle político do país. O partido que já foi gloriosamente liderado por Nelson Mandela e fez a transição de resistência contra o apartheid à democracia, hoje está aparelhado para tirar proveito como pode do estado.

Esta semana, vários parlamentares do Congresso Nacional Africano corroboraram a versão do vice-ministro da Economia de que integrantes da família Gupta, que há muito tempo compartilham investimentos com Zuma e sua família, lhe ofereceram o posto de ministro da Economia em dezembro passado.

De origem indiana, o clã Gupta fez fortuna em vários setores que dependem pesadamente de contratos governamentais. Tanto a família como o presidente Zuma negaram as alegações de corrupção ou de tráfico de influência.

Dentro do próprio partido governista existe indignação e pipocam as denúncias de que o buraco de corrrupção é muito mais fundo. E no Parlamento foi uma semana de muita confusão quando foi solicitada a saída do plenário do líder do principal partido da oposição que interrompeu o discurso do presidente. E mesmo dentro do Congresso Nacional já vozes exigindo a renúncia de Jacob Zuma.