O caminho de Trump para a impopularidade

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 22/03/2017 09h06
-FOTODELDIA- JJL03. WASHINGTON (DC, EE.UU.), 21/03/2017.- El presidente estadounidense, Donald J. Trump, habla durante la Cena de Marzo del Comité Congresual Nacional Republicano hoy, 21 de marzo de 2017, en el Museo Nacional en Washington, DC. EFE/JIM LO SCALZO EFE/JIM LO SCALZO EFE Donald Trump

A imprensa, que Donald Trump não se cansa de rotular de desonesta, não se cansa de se indignar com o presidente americano. Ele é uma barbaridade de amadorismo, improviso, mentirada e grosserias. Apocalipse Now!

Mas o que acha a base de Trump deste final dos tempos? Por ora, tudo bem. É apenas o começo. Existe uma chocante tolerância nestes dois primeiros meses de administração Trump na Casa Branca (e também no seu resort em Mar-a-Lago).

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O presidente populista recarrega as baterias de sua base com comícios eleitorais e tuítes em meio a choques como ser repudiado como mentiroso por seu próprio comando de inteligência com a bobagem de que o ex-presidente Barack Obama ordenou que a Trump Tower fosse grampeada.

Nada disso escandaliza a base. Afinal, se o presidente tuitou, deve ter as provas. A base tampouco se escandaliza com os conflitos de interesse ou o possível conluio da campanha eleitoral de Trump com os russos. Afinal, para a base, corrupta mesmo era a Hillary Clinton. A imprensa que pega no pé do presidente, nem se fala. Especialistas em ética estão horrorizados que o presidente Trump ainda possua a organização Trump, embora supostamente tenha passado a gestão para os filhos, mas a base acha natural um presidente-empresário.

Pesquisas e entrevistas com eleitores de Trump mostram o contraste com a indignação da imprensa e dos opositores do presidente (a maioria dos americanos). O fato de que Trump se recuse a divulgar sua declaração de imposto de renda não incomoda a base. Há uma certa inquietação com o futuro do sistema de saúde na medida em que desmantelar o Obamacare pode deixar milhões de americanos desprovidos, entre eles eleitores republicanos.

A taxa de aprovação de Trump é muito baixa para os padrões americanos. Há pesquisas esta semana mostrando que é de 37%, mas ele tem apoio de 85% dos republicanos. Seus eleitores são leais até agora, pois acreditam que ele esteja sob cerco de oponentes que não aceitam sua legitimidade como presidente.

Rachaduras significativas na base apenas quando ficar claro que Trump não cumprirá as promessas de trazer de volta os empregos e fábricas perdidos para os malditos mexicanos e chineses.

Por ora, é aquilo que Trump disse num comício eleitoral: eu posso atirar em alguém na Quinta Avenida e não perderei votos. Sim, os votos da base, pois ele vai perdendo dia a dia com as feridas autoinflingidas.

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