O diferentes tons de cinza sobre Dilma e Temer
Vera Magalhães comenta que “se houvesse uma gradação de 50 tons de cinza no depoimento de Marcelo Odebrecht ao TSE no processo de cassação da chapa Dilma-Temer, o empresário pintou de cinza-chumbo a relação com a ex-presidente Dilma Rousseff, mas tingiu de um tênue cinza-mescla a participação de Michel Temer no caixa dois da empresa para a campanha”. Ouça o comentário completo AQUI.
Odebrecht descreveu em detalhes o esquema e apontou o marqueteiro João Santana como o principal intermediário dessas doações ilegais, afirmando que 4/5 de tudo que a Odebrecht doou para o PT era caixa dois. Confirmou que alertou a então presidente sobre a origem ilegal dos recursos e que a ajuda era uma contrapartida pelos benefícios obtidos pelo grupo com uma Medida Provisória editada por Dilma. Ou seja, cinza mais escuro impossível.
Já com Temer, pode-se dizer que Odebrecht “pegou leve”. Afirmou que o presidente não pediu recursos diretamente ao partido no famoso jantar no Jaburu em 2014. Disse que a negociação de valores e a forma de pagamento se deu por meio de Eliseu Padilha e que a relação com o PMDB era mais pontual que com o PT. Além de Padilha, o empresário citou Romero Jucá e Eduardo Cunha como intermediários dessa “ajuda”, mas poupou Temer.
Outros empresários vão depor no TSE. Resta saber se confirmarão a versão de que o presidente não atuou diretamente no pedido de caixa dois e se essa gradação de tonalidade levará o ministro do processo Herman Benjamin a também dosar a tinta de seu voto em relação a Temer.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.