O mergulho americano nas Olimpíadas

  • Por Caio Blinder
  • 05/08/2016 10h15
EFE Phelps comemora ser porta-bandeira dos EUA

 É hoje a abertura oficial dos Jogos Olímpicos no Rio. E o recordista mundial em medalhas olímpicas, o nadador Michael Phelps, com 22, vai carregar a bandeira americana na cerimônia.

Em casa, os americanos devem estar eletrizados com os jogos, correto? Não necessariamente. Pelo menos antes da maratona de competições, a população americana não promete ficar enfeitiçada diante da telinha. 
De acordo com uma nova pesquisa Gallup, apenas 48 por cento dos americanos planejam assistir com muito interesse ou ao menos razoável aos jogos no Rio. E atenção para o contraste: o resto não tem planos de acompanhar com muito atenção ou simplesmente vai ignorar o que se passa no Rio.
Os números representam um significativo declínio no interesse desde que o Gallup começou a fazer este tipo de pesquisa, nos jogos no ano 2000, sobre os planos olímpicos dos americanos. Este declíno é estranho, se a gente levar em conta a consistência de interesse nas quatro olimpíadas anteriores. 
Em uma olimpíada, está tudo capaz de enfeitiçar os americanos, grandes campeões olímpicos: competição, agonia, o sublime, o êxtase, triunfo e derrota. Nada se compara aos jogos olímpicos para os americanos, descontando um Superbowl. Copa do Mundo não conta, pois ainda não eletriza os americano como o resto do mundo.
E qual é a explicação para o relativo desinteresse? Uma possilbidade é o tsunami de histórias negativas sobre o Rio e o Brasil nas semanas que antecederam os jogos e não preciso repetir a lista que vai de zika a medo de terror.
No entanto, esta não é a única razão. Ha uma teoria um pouco mais bizarra, bizarra como este ciclo eleitoral dominado por ele, Donald Trump. Há também uma sucessão pavorosa de tragédias no terror e de violéncia praticada por gente com problemas mentais. Isto, infelizmente, prende a atenção.
É verdade que jogos olímpícos sempre coincidem com a temporada eleitoral, mas a competição acontece no verão nos Estados Unidos, quando a corrida para a Casa Branca ainda não esquentou para valer. Não em 2016. Já está pegando fogo. Então imagine: Michael Phelps está competindo com Donald Trump e Hillary Clinton. 
Um pouco exagerado, acredito que, quando Phelps cair na água, deve afogar um pouco o interesse por Trump e Hillary. ao menos por um par de semanas.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.