O Ministério Público italiano, ao defender a extradição de Pizzolato, confirma que ele é criminoso
Ex-diretor de marketing utilizava o passaporte de um irmão morto
Henrique Pizzolato é preso na Itália com passaporte falsoNêumanne, em quê a dacisão do Ministério Público da Itália, defendendo a extradição de Henrique Pizzolato para o Brasil, altera a discussão a respeito do processo do Mensalão?
O jornal Estado de S. Paulo desta quarta-feira reproduziu despacho do enviado especial […] e da repórter especial de Brasília, Andrezza Matais, dando conta que o Ministério Público da Itália já se manifestou pela extradição de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil condenado no julgamento do Mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão e que fugiu para a Itália.
O parecer da promotoria italiana pegou as autoridades brasileiras de surpresa. É claro que você pode alegar que o promotor tá cumprindo seu papel de acusar e que não há decisão da Justiça, porque o caso, a acusação vai ser avaliada pelos juízes do Tribunal de Bolonha, numa audiência que só vai ocorrer no meio do mês que vem.
Agora, qualquer pessoa de juízo – e não apenas as fontes diplomáticas e próximas ao processo – sabe que isso é um passo considerado importante, dado o histórico da Justiça da Itália de rejeição a pedidos de extradição do gênero. Quer dizer, os promotores italianos chegaram a conclusão óbvia de que o processo brasileiro respeitou, talvez até por tempo demais, o direito de defesa de Henrique Pizzolato.
Isso é duplamente importante. Primeiro porque desarma esse discurso imbecil, completamente idiota, de gente que fica acusando o Supremo Tribunal Federal brasileiro de ter usado de critérios políticos para condenar gente como o próprio Pizzolato, o Zé Dirceu, o Genoíno, o João Paulo Cunha, etc; os maiorais do PT. Em segundo lugar, porque Henrique Pizzolato é o homem do dinheiro.
Quer dizer, Henrique Pizzolato, ao fugir para a Itália, ele já tinha reconhecido de forma implícita e indireta de que houve, realmente, malversação de dinheiro do Banco do Brasil. Não adianta vir dizer essa conversa dos bajuladores do PT e do Governo de que o Banco do Brasil é uma empresa privada, porque não é – é uma empresa minha e sua. É uma empresa que age como banco privado, mas o controle do capital dele é um controle estatal, é um controle pelo contribuinte.
Então, ao fugir, Pizzolato confessou que é criminoso. E, agora, o Ministério Público italiano, ao defender a sua extradição, confirma que ele é criminoso, confirma que houve o esquema do Mensalão – não foi uma ficção – e confirma que o julgamento que ele teve foi decente, democrático e à altura do melhor que se pode esperar da tradição jurídica brasileira e internacional.
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