O mundo sofreu um nocaute, mas a luta continua

  • Por Jovem Pan - Nova Iorque
  • 04/06/2016 11h02
1975 - Muhammad Ali em luta contra Ron Lyle em 1975 EFE Relembre a carreira de Mohammed Ali em imagens

O mundo sofreu um nocaute. Um peso pesado desabou sobre nós. Muhammad Ali partiu aos 74 anos.Os tributos nos golpeiam e nos emocionam. E não poderia haver ironia maior. Muhammad Ali foi um ser humano e um esportista que dividiu, que polemizou, mas nestas últimas horas o mundo se irmanou para prestar homenagem. Não importa a religião, a cor, a raça e a ideologia. Não importa sequer se alguém gosta de boxe. Muhammad Ali supera tudo como um símbolo da grandeza humana, do espírito indomável, da graça sob pressão, da arte, da genialidade.

Não vou repetir aqui os detalhes da biografia. Em todas partes as partes, vejo e leio as mesmas coisas. Muhammad Ali sendo tratado como um titã, uma lenda, um ícone, alguém que ao curso de décadas se tornou a encarnação da resistência contra a guerra e contra racismo. Muhammad Ali se levantou contra todo tipo de pressão.

Somos golpeados por clichês. Mas fazer o quê? Estamos diante de um caso em que hipérboles são sob medida. Vejo neste momento a manchete no New York Times. E lá está um resumo do gigantismo e do impacto: Ali foi três vezes campeão do mundo na categoria peso pesado, ele transcendeu o esporte e contribuiu para definir seus tempos turbulentos. Ali eletrizava com sua boca tanto como com seus punhos. Viveu uma vida de irreverente autoconfiança, cheia de posturas sociais, políticas e religiosas.

Pode parecer improvável, mas lá está o manchetaço do Wall Street Journal e cito pois neste momento não há fronteiras entre imprensa esportiva e o resto da imprensa. É o mundo irmanado no tributo. Gostei muito do dimensão conferida pelo jornal: Muhammad Ali foi um campeão carismático da livre expressão e da mudança civil.

A luta continua.

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