O nome da crise é Dilma; o sobrenome é PT

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 04/03/2016 12h18
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Brasília- DF 28-01-2016 Foto Lula Marques/Agência PT Presidenta Dilma durante abertura do 44ª Reunião Ordinária do Pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social-CDES Lula Marques/Agência PT Dilma Rousseff

O conteúdo explosivo da delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) veio a público, e o mercado sorriu. A Bolsa disparou, e o dólar caiu. Vale dizer: o nome do problema é Dilma. O sobrenome é PT. Uma crise política ou econômica cria dificuldades para um governo. Se ela consegue ser as duas coisas ao mesmo tempo, pior ainda. Mas ele ainda pode sobreviver se contar com o apoio da população. O que não se conhece até agora é governante que tenha sobrevivido a uma crise confiança.

Dilma não vai cair porque é incompetente. Infelizmente, no regime presidencialista, isso não é possível. Caso venha a ser impichada, ela o será  em razão da penca de crimes de responsabilidade que cometeu.

A oposição vai pedir que as acusações feitas por Delcídio sejam incorporadas à denúncia contra Dilma que tramita na Câmara e que está paralisada em razão da absurda interferência do Supremo Tribunal Federal. Isso é possível? É, sim. Até agora, houve apenas o juízo monocrático do presidente da Câmara para dar início à tramitação. Eis um caso em que o que abunda não prejudica.

Se as pedaladas justificavam a aceitação de um processo de impeachment contra a presidente, tanto mais justificará obstrução da Justiça. Até a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) foi tomada de algum brio — mas quero ver para crer — e se dispõe a analisar as acusações para, quem sabe, apresentar outra denúncia.

Bem, por enquanto, o melhor que a OAB poderia fazer é endossar aquela que já está na Câmara, afastando-se, por intermédio de seus meios de divulgação e de sua rede país afora, do populismo chinfrim a que tem aderido com frequência. A Ordem vai ter de decidir se defende o estado de direito ou o suposto direito que teriam alguns espertalhões de privatizar o estado. Vai ser o quê?

O mercado olhou pra essa sociedade viva, que se mexe, que não aceita a roubalheira, que recusa o roubo virtuoso e olhou para a Brasília, com aquela gente aturdida, abúlica, soturna, e concluiu: Dilma vai cair. E, se Dilma vai cair, então vamos apostar um pouco no Brasil.

Já comentei aqui algumas vezes e reitero: as questões do Brasil não encontrarão resposta da noite pra o dia. A tarefa será árdua. Mas podemos todos ter certeza de uma coisa: não sairemos da melancolia enquanto essa gente continuar por aí.

Chegou a hora de Dilma se mancar e nos deixar em paz. A população não a quer mais e ao seu PT. Em nome da lei, pela ordem!

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