O papo com o papa no elevador

  • Por Jovem Pan - Nova Iorque
  • 21/09/2015 08h46
EFE/Rolando Pujol Papa Francisco durante sua visita a Havana - Cuba é apenas o aquecimento

A visita do papa Francisco aos Estados Unidos, que começa na terça-feira (22), é histórica e obviamente já está sendo coberta de forma febril pela imprensa.

Francisco vai encontrar os católicos e cristãos americanos divididos sobre as mudanças que ele empreende na Igreja, com os mais liberais gostando de alguns aspectos de sua agenda e os mais conservadores de outros.

Será uma viagem de descoberta para o papa argentino, que nunca esteve nos EUA e cujo inglês é sofrível. A rádio pública americana NPR transmitiu uma reportagem saborosa instruindo os fiéis e os não fiéis como se comportar caso fiquem presos num elevador com o papa. Afinal, o que conversar com um papa pop, frugal e acessível, especialmente de assuntos mais leves, não teológicos?

Sobre música, sabe-se que o papa é um grande fã de Bach, Mozart e Beethoven. Sobre esportes, é fácil bater bola no elevador. Ele jogou basquete quando era garoto, mas sua outra religião é o futebol. O papa é crente do San Lorenzo, que no mês passado transferiu Gonzalo Veron para jogar no New York Red Bulls. Ao que tudo indica, a agenda do papa está carregada nos seis dias de visita aos EUA, sem tempo para prestigiar um futebol.

Sobre cinema, é preciso pegar o túnel do tempo. O papa é ligado no neo-realismo italiano e seu filme favorito é La Strada, de Fellini. O papa, filho de italiano, claro que gosta da comida da nona, que ele mesmo prefere preparar. É chegado em lasagna e pizza. Por ordens médicas, precisa reduzir a porção, sacrificando também alguns de seus pratos argentinos favoritos como empanada de carne e dulce de leche. Na literatura, o papa tem apetite por clássicos russos como Dostoiévsky. Garotão, ele curtia um tango, que dançava com uma namorada em Buenos Aires.

O papa é pop, mas nem tanto. Se alguém ficar preso no elevador por muito tempo com Francisco, melhor não falar de shows de televisão. Ele não assiste à telinha há 25 anos. Mas nada de se preocupar. Se a conversa leve morrer, dá para segurar o papo falando daqueles outros assuntos que devem marcar a viagem do papa aos Estados Unidos: modernização da Igreja, mudanças climáticas, inclusão social e excesso de consumismo.

Papo elevado para elevador.

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