O “plano Trump” para chegar à Casa Branca
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Nos 100 dias que restam da guerra contra Hillary Clinton, a campanha de Donald Trump prepara um ataque em cinco frentes. E as táticas de fato podem levar o candidato republicano à Casa Branca.
A primeira é seduzir os simpatizantes de Bernie Sanders. Trump bate na tecla que os frustrados eleitores do senador radical de esquerda têm mais em comum com sua mensagem populista do que com a “trapaceira” Hillary. Não acredito que haja debandada para a banda de Trump dos sanderistas. A ajuda seria com o voto de um contingente deles para a candidata “verde” Jill Stein e não para Hillary.
A segunda tática é contar com os homens brancos furiosos. Este é o núcleo duro de Trump. São brancos de menor nível econômico e educacional que estão furiosos com tudo o que está aí. Trump não tem como conseguir a mesma votação (já em baixa) de republicanos anteriores entre mulheres e minorias. Haverá nova hemorragia. Logo, precisa aumentar ainda o voto entre homens brancos, especialmente no núcleo duro. Pode conseguir especialmente entre homens brancos que ainda votam nos democratas ou que não votam.
A questão das armas está no alvo. É a terceira tática. Trump vai disparar cada vez sua resistência contra qualquer tipo de controle de armas e mentir sem escrúpulos que Hillary Clinton é contra a Segunda Emenda da Constituição (1/3 dos democratas e independentes são proprietários de armas). Aqui o argumento não me parece convicente. O lobby das armas já é ferozmente pró-Trump e Hillary tem a ganhar ao insistir que chegou a hora de algumas medidas razoáveis de controle de armas, conforme deseja a maioria dos americanos.
Existe um argumento interessante em torno do modelo Brexit. Como no referendo Brexit, os eleitores de Trump estão mais motivados do que os de Hillary, a exemplo daqueles que votaram, em junho, pela saída britânica da União Europeia. Mas não sabemos ainda. embora seja indiscutível que vencerá, em novembro, o candidato que motivar mais gente a votar.
E finalmente,Trump quer faturar com o mal-estar econômico generalizado. O desempenho da maior economia do mundo é morno. Basta ver os números do segundo trimestre com crescimento de apenas 1,.2%. A campanha de Trump investe em espasmos nostálgicos, com promessas inviáveis como trazer de volta ótimos empregos para a enferrujada base industrial americana. No entanto, a demagogia e falta de propostas específicas dão para o gasto.
Acredito que, no final das contas, estas propostas inviáveis e a genérica mensagem incendiária de um demagogo são os fatores mais potentes para Trump, além, é claro, do mero fato de não ser Hillary Clinton.
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