O PT não tem o que comemorar das pesquisas estaduais do Datafolha
Reinaldo, o Datafolha fez pesquisa em seis outros estados. O PT tem o que comemorar?
Por enquanto não. O Datafolha fez pesquisa também no Rio, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Minas e Pernambuco. A margem de erro de todas elas é de três pontos para mais ou para menos, exceção feita à do DF, que é de 4 pontos. Todas foram devidamente registradas no TSE. O PT não tem muito o que comemorar.
Comecemos pelo Rio. Há um mês apontei aqui que o cenário se mostrava auspicioso para o governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB. Pois é. Anthony Garotinho, do PR, segue na frente, com 25% das intenções de voto. O governador, que oscilou de 14% para 16%, já está tecnicamente empatado com Marcelo Crivella (PRB), que caiu de 25% para 18%. Ocorre que Garotinho é o mais rejeitado, com 40% (Crivella marca 16%, e os outros dois, 20%). Pezão terá 11 minutos no horário eleitoral, contra 1 minuto de Crivella, 2 minutos de Garotinho e 5 minutos de Lindbergh. O PMDB é dono ainda de uma potente máquina no Estado e na capital. A balança pende para o peemedebista.
No Paraná, a petista e ex-ministra Gleisi Hoffmann amarga um vexaminoso terceiro lugar, com 11%. O governador Beto Richa, do PSDB, lidera, com 39%. Em seguida, vem Roberto Requião, do PMDB, com 33%. O peemedebista é o mais rejeitado, com 27%, seguido pelo tucano, com 23%; a petista tem 17%. O governador tem um trunfo: sua gestão é considerada ótima ou boa por 48% dos entrevistados. Dizem que é regular 34%, e só 15% a veem como ruim ou péssima.
O PT está atrás também no Rio Grande do Sul. A senadora Ana Amélia, do PP, tem 39%, contra 30% do petista Tarso Genro, que concorre à reeleição. Tarso tem mais do que o dobro da rejeição de Ana Amélia: 27% a 13%, e seu governo é visto como ótimo ou bom por apenas 30%. Dizem ser regular 44%, e 22% o veem como ruim ou péssimo. Não é um resultado muito auspicioso pra ele.
Mas nenhum petista passa por vexame maior do que Agnelo Queiroz, no Distrito Federal. Mesmo com a candidatura por ora cassada pelo TRE, José Roberto Arruda, do PR, lidera, com 35%. Agnelo, que concorre à reeleição, tem 19%, seguido por Rodrigo Rollemberg, do PSB, com 13%. A gestão do petista, considerada ótima ou boa por apenas 15% e ruim ou péssima por 46% (36% dizem ser regular), é de tal sorte repudiada que a população prefere um ex-presidiário. Agnelo também dispara na rejeição: 48%, contra 37% de Arruda e 13% de Rollemberg. Se o ex-governador tiver mesmo cassada a candidatura, a rejeição ao petista pode eleger o peessebista.
Em Minas, o Datafolha traz um resultado bastante discrepante dos números do Ibope de há 15 dias. Segundo a pesquisa de agora, Fernando Pimentel, do PT, teria 29% das intenções de voto, contra 16% do tucano Pimenta da Veiga e 4% de Tarcísio Delgado, do PSB. No Ibope, petista e tucano apareciam tecnicamente empatados, com, respectivamente, 25% e 21%. É cedo para o PT comemorar. Nada menos de 45% dos entrevistados ainda não têm candidato.
Em Pernambuco, o PT não disputa com candidato próprio. Apoia Armando Monteiro, do PTB, que aparece com 47% das intenções de voto, seguido por Paulo Câmara, do PSB, com apenas 13%. A pesquisa foi feita nos dias 12 e 13, quando morreu Eduardo Campos. Câmara era uma escolha sua. Há uma comoção no Estado com a tragédia, e não dá para saber se haverá ou não algum efeito eleitoral.
Exceção feita a Minas, mas com um cenário ainda bastante incerto em razão dos 45% que dizem não ter candidato, e Pernambuco, onde apoia nome alheio, não há por que o PT comemorar. O partido levaria hoje uma surra e tanto nos Estados. Vamos ver como fica a coisa depois do início do horário eleitoral, no dia 19 de agosto.
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