O regime de Bashar Assad é o pecado original na Síria

  • Por Jovem Pan - Nova Iorque
  • 19/09/2015 13h47
EFE Fontes oficiais definiram o ataque como terrorismo. Na noite do dia 31

Estão aí as imagens desesperadoras de refugiados nas portas da Europa. Temos também a barbárie vista no YouTube do grupo terrorista Estado Islâmico, que faz questão de exibir a sua atrocidade macabra. Claro que essas imagens não são uma distração. No entanto, não podemos perder o foco do principal motivo que impulsiona sírios a fugirem do seu país: é o tratamento dispensado pela ditadura de Bashar Assad à sua própria população (já são quatro milhões de sírios fora do país devido à guerra civil, que provocou 250 mil mortes desde 2011).

O presidente russo Vladimir Putin quer mobilizar a humanidade em cruzada contra o Estado Islâmico, tratando Assad como parte desta Santa Aliança. Isso, porém, sequer é um daqueles pactos com o diabo em momentos atrozes da história (como se aliar a Stálin contra Hitler). Preservar Assad é perpetuar a guerra civil, é alimentar a besta terrorista.

Esta semana, o New York Times publicou reportagem e fotos que dão azia com a barbárie e os métodos de luta de Assad. Existem regiões esvaziadas e devastadas na Síria devido aos bombardeios aéreos indiscriminados da Força Aérea de Assad, com bombas de barril jogadas de helicópteros. Bashar Assad é o grande responsável pelo êxodo.

Os bombardeios têm sido realizados desde o início da revolta popular contra a ditadura em 2011, alvejando grandes cidades como Aleppo e Homs, além dos subúrbios de Damasco. A escala de destruição indiscriminada hoje chama atenção em Douma, controlada por rebeldes radicais, embora não afiliados ao Estado Islâmico.

Douma foi uma das primeiras áreas a se revoltar em 2011. No mês passado, a barragem de fogo das forças governamentais, que não diferencia entre rebeldes e civis, se intensificou em Douma. Quatro em cinco moradores já debandaram e de um mês para cá mais de 550 pessoas, em sua maioria civis, morreram na cidade e cercanias, vítimas dos bombardeios de Assad.

Como lembra o New York Times, com o foco desviado para o Estado Islâmico (que hoje controla vastas porções da Síria e do Iraque), menos atenção é creditada aos combates entre o governo e os insurgentes que se levantaram depois que a ditadura Assad esmagou de forma sangrenta os primeiros protestos populares em 2011.

Foi este conflito inicial que obrigou sírios a fugirem de suas casas. O regime de Bashar Assad é o pecado original.

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