O Supremo se mostra poderoso diante de um Congresso fraco
Agora virou moda: todo dia um ministro do Supremo dá carteirada no Congresso. Não é possível que achemos isso um movimento legal. É perigoso.
Não pensemos em Renan Calheiros e na corja que está no Parlamento. Eles passam. Pensemos no Parlamento, nas instituições da República.
A intervenção de Luiz Fux, ordenando que as 10 medidas contra a corrupção, que haviam tramitado para o Senado, voltassem à Câmara, e à estaca zero, é manifestação grave do desequilíbrio entre os poderes. Isso é péssimo.
Há quem diga que esses gestos heroicos e irresponsáveis dos ministros do STF têm, no fundo, a intenção de honrar a voz daqueles que foram às ruas protestar. Mas isso não é papel da Suprema Corte.
Uns ameaçam com lei de abuso de autoridade aqui, com limite a supersalários acolá. São os deputados e senadores. Outros reagem fatiando o alcance institucional do presidente do Congresso e tirando do Senado a tramitação de medidas aprovadas na Câmara. No caso, os ministros do Supremo.
E, assim, nessa disputa de comadres nós vamos. Vamos para o buraco. Mas com uma ressalva em que insisto: nunca na história brasileira o Supremo Tribunal Federal foi tão poderoso. E isso muito multiplicado diante de um Congresso fraco.
Atenção.
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