O terremoto eleitoral nas primárias presidenciais americanas

  • Por Jovem Pan
  • 11/02/2016 14h07
EFE Campanha de Chris Christie em New Hampshire

O terremoto eleitoral de terça-feira nas primárias presidenciais americanas era esperado, mas mesmo assim impressiona e seu impacto é histórico. Candidatos não convencionais venceram as primárias republicanas e democratas no pequeno estado de Nova Hampshire. Há um ano seria inimaginável testemunhar o triunfo do bilionário bufão Donald Trump entre os republicanos e do septuagenário socialista Bernie Sanders entre os democratas.

É o fim do mundo? Claro que depende do ponto de vista. Os simpatizantes de Trump e de Sanders acham que estão descobrindo o novo mundo, descartando o convencional, o status quo, o viciado jogo político americano. Sem dúvida as elites políticas tradicionais estão vulneráveis a esta mensagem enfurecida e, eu insisto, fantasiosa de Trump e de Sanders. No entanto, é cedo para descartar estas elites.

Impérios contra-atacam. No caso de Hillary Clinton, está claro que não haverá uma coroação para a ex-primeira-dama democrata. Está também evidente que ela não é boa de campanha como o marido Bill Clinton ou o presidente Obama, No entanto, Hillary tem bases de sustentação nas primárias adiante, como minorias e sindicatos. Antevejo uma campanha suja contra Bernie Sanders.

Na guerra civil dos republicanos, já existe muito lama e tudo ficará mais enlameado. É o jogo que Trump gosta. Seu triunfo em Nova Hampshire mostra que ele deve ser levado a sério. Ademais, o enxugamento de desafiantes irá demorar mais do que se imagina. Será uma disputa brutal não apenas contra Trump, mas entre os desafiantes ao trono republicano. Devemos visualizar o filme Jogos Vorazes.

É provável que para conter a mensagem populista de Bernie Sanders, Hillary Clinton se desloque mais para a esquerda. Do lado republicano, é insano qualquer candidato querer ser mais Trump do que o dono da marca. Faz mais sentido, um candidato mais sensato emergir para competir tanto contra Trump como contra Ted Cruz, o senador texano da mensagem ultraconservadora.

Em um cenário tão incerto, outro bilionário, Michael Bloomberg, está de olho, fazendo os cálculos se compensa mergulhar na disputa como independente. Sua decisão pode acontecer em março, quando realmente teremos uma noção melhor da marcha dos jogos vorazes dos republicanos e dos democratas.

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