O terror contra a história

  • Por Jovem Pan
  • 25/08/2015 10h58
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Imagens das três deidades de Palmira: Baalshamin EFE/EPA/SEBASTIAN KAHNERT Imagens das três deidades de Palmira: Baalshamin

A destruição do templo de Baal-Shamin, na cidade de Palmira, é mais uma demonstração de intolerância e da insanidade do Estado Islâmico.

Os extremistas, que tentam impor ao mundo uma versão radical do islamismo, já destruíram uma série de relíquias históricas, como as cidades de Hatra e Nimrud, além da tumba do profeta Jonas no Norte do Iraque. São sítios arqueológicos importantíssimos que remontam ao tempo das primeiras civilizações.

Para a UNESCO, trata-se de uma tentativa de “limpeza cultural”. Para a ONU, um crime de guerra.

O Estado Islâmico não é o primeiro a tentar apagar a memória histórica e religiosa de um povo.

Por volta de 1.300 A.C. o faraó Aquenáton instituiu o culto monoteísta ao Deus Sol no Egito antigo e mandou destruir ídolos de pedra e remover referências a outros deuses. Com a morte de Aquenáton, o próprio rei deus teve o seu nome apagado pelos sucessores do trono que restabeleceram o politeísmo.

Em novembro de 1938, Adolf Hitler mandou queimar mais de 250 templos judeus na Alemanha e na Áustria, naquela que ficou conhecida como a Noite dos Cristais.

Em 2001, outro grupo extremista, o Talibã, explodiu duas estátuas de Buda esculpidas em pedra no Afeganistão.

Templos, ruínas, bibliotecas, estátuas, manuscritos… nada escapa à fúria insana dos intolerantes e ignorantes. Esse terror contra a memória dos povos e da civilização é incompreensível, é indesculpável.

Talvez a explicação mais lúcida tenha partido da diretora geral da Unesco, Irina Bokova: “A guerra contra a cultura é uma guerra contra pessoas. É parte da estratégia para esmagar o pensamento livre e dominar por meio da opressão”.

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