O terror contra a história
Imagens das três deidades de Palmira: Baalshamin
Imagens das três deidades de Palmira: BaalshaminA destruição do templo de Baal-Shamin, na cidade de Palmira, é mais uma demonstração de intolerância e da insanidade do Estado Islâmico.
Os extremistas, que tentam impor ao mundo uma versão radical do islamismo, já destruíram uma série de relíquias históricas, como as cidades de Hatra e Nimrud, além da tumba do profeta Jonas no Norte do Iraque. São sítios arqueológicos importantíssimos que remontam ao tempo das primeiras civilizações.
Para a UNESCO, trata-se de uma tentativa de “limpeza cultural”. Para a ONU, um crime de guerra.
O Estado Islâmico não é o primeiro a tentar apagar a memória histórica e religiosa de um povo.
Por volta de 1.300 A.C. o faraó Aquenáton instituiu o culto monoteísta ao Deus Sol no Egito antigo e mandou destruir ídolos de pedra e remover referências a outros deuses. Com a morte de Aquenáton, o próprio rei deus teve o seu nome apagado pelos sucessores do trono que restabeleceram o politeísmo.
Em novembro de 1938, Adolf Hitler mandou queimar mais de 250 templos judeus na Alemanha e na Áustria, naquela que ficou conhecida como a Noite dos Cristais.
Em 2001, outro grupo extremista, o Talibã, explodiu duas estátuas de Buda esculpidas em pedra no Afeganistão.
Templos, ruínas, bibliotecas, estátuas, manuscritos… nada escapa à fúria insana dos intolerantes e ignorantes. Esse terror contra a memória dos povos e da civilização é incompreensível, é indesculpável.
Talvez a explicação mais lúcida tenha partido da diretora geral da Unesco, Irina Bokova: “A guerra contra a cultura é uma guerra contra pessoas. É parte da estratégia para esmagar o pensamento livre e dominar por meio da opressão”.
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