Obama não inspira a confiança dos americanos contra o terrorismo
Americanos, como cidadãos em tantas partes do mundo ficaram ainda mais apreensivos com a ameaça terrorista depois da barbárie praticada pelo movimento Estado Islâmico em Paris em 13 de novembro. E em um feriadão tão intenso como o do Dia de Ação de Graças fala-se com mais intensidade do cenário de atentados terroristas. Como sempre é o desafio de alertar sem gerar pânico.
E eu confesso duvidar que nessas horas o presidente Barack Obama ajude quando tenta reassegurar a apreensiva opinião pública americana que não existem motivos para temor neste feriadão. Obama veio a público com a dupla mensagem: é preciso ficar vigilante, mas seguir tocando a vida normalmente.
Os americanos na verdade estão apreensivos com a ameaça do Estado Islâmico e também com o desempenho do presidente Obama neste desafio terrorista. Várias pesquisas nos últimos dias mostram que os americanos perderam a confiança em Obama nesta questão.
Por exemplo, a pesquisa da TV CBS revela que 66% dos americanos acham que Obama não tem um caminho claro para ir à luta contra o Estado Islâmico. Ele em linhas gerais insiste no plano de intensificar os bombardeios contra as posições do grupo na Síria e Iraque, enviar mais forças especiais para a região e forjar uma grande coalizão contra esta ameaça, inclusive com os russos de Vladimir Putin.
Ninguém nega a complexidade desta crise. Não existem as chamadas boas alternativas, com países tendo agendas diferentes na crise e a Síria assolada por uma guerra civil com diversos atores como a ditadura de Bashar Assad, os terroristas do Estado Islâmico e uma pilha de grupos rebeldes que combatem tanto Assad como o Estado Islâmico.
Mas o fato concreto é que Obama não joga bem e mesmo partidários democratas estão frustrados. Reclamam que Obama se mostra mais empenhado em fazer futrica contra os republicanos do que encarar a fera terrorista.
Na verdade, eu creio que ninguém mostra liderança nesta crise nos Estados Unidos. Obama se mostra ausente, um líder que não convence, enquanto os republicanos fazem muito barulho e estão mais empenhados também em disparar contra Obama e hostilizar refugiados sírios.
Neste feriado de ação de graças, não há motivos para os americanos expressarem gratidão com a liderança política do país, a começar pelo presidente Obama no desafio terrorista.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.