Ódio do PT já é maior do que o ódio da Argentina

  • Por Jovem Pan
  • 07/05/2016 09h39
Brasília - DF, 04/12/2015. Presidenta Dilma Rousseff recebe Maurício Macri, Presidente eleito da República Argentina. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR Roberto Stuckert Filho/PR Dilma recebe o presidente eleito da Argentina Mauricio Macri

Incrível o que aconteceu nos últimos seis meses na Argentina e no Brasil. No nosso vizinho e rival tradicional, Mauricio Macri venceu as eleições em dezembro, desmoralizando o populismo de Cristina Kirchner. No Brasil, a infeliz herdeira do populismo lulopetista, Dilma Rousseff, está para deixar o poder.

E como o mundo acompanha estes dois processos de faxina? Esta semana, o Financial Times tem uma reportagem interessante, com o título constantando que a ascensão da Argentina lhe dá vantagem na sua rivalidade com o Brasil.

Como diz o jornal, a Argentina tem o que os brasileiros querem de forma desesperada: Macri, a frente de um governo reformista. O presidente começou a reverter o legado econômico da era Cristina. A Argentina se tornou uma queridinha entre os países emergentes e voltou a captar dinheiro no mercado internacional.

O Financial Times até cita o desejo do jurista do impeachment de Dilma, Miguel Reale Júnior,”eu espero que o Brasil se torne Argentina”. Obviamente é um desejo que era inimaginável meses atrás devido ao histórico de rivalidades entre os dois países, mas dá uma mostra do desencanto dos brasileiros com a sua classe política.

Vale lembrar que em protestos pró-impeachment, havia faixas com o escrito “menos Venezuela, mais Argentina”. Quem diria, o ódio do PT já é maior do que o ódio da Argentina.

Mas existe um consolo para os brasileiros. Para a frustração de tantos argentinos, o Brasil tem um Judiciário que dá cada vez mais evidências de sua independência nas investigações de corrupção, abafando uma cultura de impunidade das elites brasileiras.

Lula foi detido, mas existe ceticismo na Argentina de que o Judiciário de lá tenha coragem de ir tão longe nas investigações de corrupção da era Kirchner. Há uma sensação de caça às bruxas nas Argentina, com juízes indo atrás de quem perdeu o poder, enquanto no Brasil detentores do poder são alvejados.

De qualquer forma, existe um desejo generalizado na América Latina contra a cultura de impunidade. Sobre os dois rivais tradicionais na América do Sul, resta o desejo de um time que combine um Judiciário independente como o brasileiro e políticos com o perfil do argentino Mauricio Macri.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.