Padilha vai à Justiça contra Vargas; entenda

  • Por Jovem Pan
  • 29/04/2014 10h55
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Reinaldo, quer dizer que o ministro Alexandre Padilha vai à Justiça contra o deputado André Vargas, seu ex-companheiro de partido?

Ao menos foi isso o que ele disse no programa Roda Viva da TV Cultura nesta segunda. Padilha afirmou que vai cobrar nesta terça na Justiça explicações do deputado André Vargas, que já se desfiliou do PT ou encaminhou a desfiliação.

Como se sabe, a PF interceptou conversas telefônicas em que o deputado André Vargas combinava com Alberto Yousseff a contratação de um executivo para o laboratório fachada Labogen. Segundo o relatório produzido pelos policiais, Vargas, que fazia lobby para o laboratório no Ministério da Saúde, na tentativa de obter um contrato de 150 milhões de reais, avisa que o escolhido encontraria Yousseff dias depois e ressalta que “foi Padilha quem indicou”.

Trata-se de Marcos César Ferreira Moura, que foi realmente escolhido para dirigir o laboratório fachada. Esse Ferreira Mouta, de fato, foi assessor do então ministro Padilha, hoje candidato ao Governo de São Paulo pelo PT. Aliás, o petista o chama de “Marcão”.

Ao Roda Viva, Padilha afirmou que nunca desconfiou que Vargas fizesse lobby para o Labogen e disse ser o principal interessado na apuração do caso. Ele pediu à PF para ter acesso ao relatório completo. Segundo o ex-ministro, seu advogado chega a Brasília nesta terça para interpelar judicialmente André Vargas pelas citações sobre a indicação de Marcos César.

Disse: “Me nome não está em nenhuma citação, ele apareceu em diálogos de terceiros, não há atitude suspeita ou indiciamento pela PF”. É claro que Padilha está jogando um pouco para a plateia, para a torcida. Uma interpelação dessa natureza não dá em nada. Ele está apenas em busca do desmentir de Vargas, que virá.

O ainda deputado dirá que ou se expressou mal, ou que falou sem pensar, e pronto. Pode até dizer que contou uma mentirinha a Yousseff, afinal tratava-se de uma conversa privada. O que se lamenta é que se dissesse respeito a interesse público.

Sobre o Labogen disse ainda o ex-ministro: “Nunca teve e nunca haveria um contrato com um laboratório privado na minha gestão”. Padilha abusa do “burocratês”, ele sabe muito bem que o contrato não era celebrado diretamente com o Ministério, mas no âmbito de um programa de parcerias gerenciado pela pasta.

De resto, o remédio produzido seria comprado por quem? Pelo Ministério da Saúde. Quem pagaria? O Ministério da Saúde. Quem ficaria com uma parte da grana? O Labogen. E ponto, e basta.

 

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