Palocci terá colhões para entregar o chefe?

  • Por Jovem Pan
  • 15/05/2017 07h38
Marcello Casal Júnior/Agência Brasil Lula e Antonio Palocci - ABR

Fala-se muito na delação premiada de Antonio Palocci. Seria a maior – a mais impactante – de todas. Ele próprio a vendeu assim, ao juiz Moro, ao dizer que, se abrisse a boca para contar o que sabe, suas revelações representariam mais um ano de trabalho da Lava Jato.

Num cenário de cerco que se fecha, a ainda meramente especulada delação do operador Palocci só faria sentido se dedicada a Lula. A verdade é que, a medida que o tempo passa, as opções do cardápio de colaborações premiadas capazes de seduzir o Ministério Público escasseiam. É da própria natureza da coisa. Os primeiros delatores se beneficiam da falta de informação dos que investigam e podem escolher o que revelarão. Os últimos, para serem aceitos, têm de oferecer peças de encaixe exato, aquelas que fecham o centro do tabuleiro.

Pense o ouvinte no conjunto de barbaridades – algumas documentadas – que acabaram de expor o casal de marqueteiros petistas Monica Moura e João Santana. O troço funciona assim. Na base do funil. O que vem depois precisa ir além.

Não há dúvida de que Palocci tem garrafas para vender. A questão, porém, é: terá colhões para entregar o chefe?

Eu quero estar errado, mas ainda duvido.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.