Papa Francisco declara que separação pode ser aceitável
Falando aos cristãos católicos, o Papa disse ontem que, em algumas situações, a separação dos casais é inevitável e até moralmente aceita.
Francisco reconheceu a necessidade da separação quando é preciso proteger o cônjuge mais frágil ou as crianças da violência e da exploração.
A declaração do Papa ainda não significa um aval da Igreja para o divórcio. Mas, é um sinal positivo para católicos que optaram pelo fim do matrimônio.
A Igreja romana proíbe divorciados de receber a comunhão, e isso acabou afastando muitos fiéis da religião. Mas, Francisco está disposto a abraçá-los. Em entrevistas, já advertiu a Igreja que divorciados não são excomungados, e que os casais que falharam no amor devem ser acolhidos pela congregação, jamais repudiados.
O casamento ideal para o cristianismo é o indissolúvel. No livro de Mateus, Jesus adverte: “Não separe o homem o que Deus uniu”.
Mas, o casamento ideal não é o casamento real, principalmente nestes tempos de amores fugazes e uniões descartáveis.
No afã de viver uma nova história de amor, muitos casais nem se empenham para restabelecer o casamento, acertar os ponteiros, e optam logo pelo o divórcio – o menor dos esforços. Fácil demais, perto demais, o divórcio parece ser a melhor solução para os males do casamento, muitos deles até sanáveis.
Ontem, Francisco lembrou da separação dos casais, da dor dos amores falidos, mas, não esqueceu do sofrimento dos filhos e chamou os cristãos à reflexão: “Não estaremos anestesiados em relação às feridas da alma dos filhos?”
O divórcio surgiu como o remédio para o fracasso do amor. Resolveu o problema dos casais. Mas, jamais curou a dor dos filhos.
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