Parece que o caso Eduardo Cunha começa a andar no Supremo Tribunal Federal

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 10/06/2016 11h05
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Brasília - O vice-presidente Michel Temer recebe do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a Medalha do Mérito Legislativo 2015 (Antonio Cruz/Agência Brasil) Antonio Cruz/Agência Brasil - 18/11/15 Michel Temer e Eduardo Cunha

Tão logo seja notificado, o deputado e presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem cinco dias para encaminhar a sua defesa prévia ao Supremo. É o que definiu o ministro Teori Zavascki. Estamos aqui a falar do processo em que ele já é réu, em companhia da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), hoje prefeita de Rio Bonito: aquele que apura o recebimento de US$ 5 milhões na contratação de navios-sonda.

Na verdade, segundo Fernando Baiano, a história é um pouco mais enrolada: Cunha passou a receber os pagamentos porque aceitou ajudá-lo a cobrar de outro lobista, Júlio Camargo, dívida que este teria relativa ao negócio com os navios-sonda. Os pagamentos teriam sido feitos em dinheiro vivo, no escritório político do parlamentar afastado.

Há ainda outras seis investigações envolvendo o deputado: uma denúncia por recebimento no exterior de recursos oriundos de propina na Petrobras; um pedido de abertura de inquérito ainda secreto e três outros em curso, que apuram se ele usou o cargo para beneficiar amigos na investigação de irregularidades no Porto Primavera. E há ainda outro inquérito para saber se foi beneficiário de eventuais irregularidades em Furnas.

Na terça-feira que vem, o Conselho de Ética deve decidir o destino de Cunha naquele colegiado. Tudo o mais constante, ele se safa. A chance de se instaurar a moralidade nesse caso é o Supremo pôr logo um fim à farra, que desmoraliza a Câmara dos Deputados.

No dia em que sua mulher, Cláudia Cruz, foi tornada ré pelo juiz Sérgio Moro, Cunha entrou com um pedido no Supremo para ser previamente ouvido, antes de o ministro Teori Zavascki decidir se acata o pedido de sua prisão, feito pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.

Temer
Líderes dos partidos que compõem a base de Temer foram ao presidente nesta quinta para cobrar que o governo não interfira no caso Cunha no Conselho de Ética. Por quê? O voto da deputada Tia Eron (PRB-BA) é o fiel da balança. Se ela votar contra o deputado afastado, o processo segue adiante. Se votar a favor, ele é extinto. O PRB está entre os partidos aliados do novo governo.

“Meu governo não é uma ação entre amigos”, teria dito Temer ao negar qualquer interferência, segundo disse Pauderney Avelino (AM), líder do DEM na Câmara.

Que assim seja!

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