Partido Republicano ficou menor e mais velho com Trump

  • Por Caio Blinder/ JP Nova Iorque
  • 05/05/2016 13h51
Hillary Clinton.com / Michael Vadon/ Wikimédia Commons Donald Trump e Hillary Clinton

A sorte está lançada para os republicanos nas eleições presidencials americanas de novembro. Eles vão com Donald Trump. Claro que nem todos. Ainda não podemos medir a magnitude do terremoto Trump. O mais heterodoxo dos candidatos está praticamente consagrado candidato desde que o senador Ted Cruz, após perder as primárias de Indiana, na terça-feira, anunciou estar fora da corrida sem dar os parabéns ao vencedor, como é a praxe. Na quarta-feira, foi a desistencia do governador de Ohio, John Kasich, o último moicano na resistência contra Trump.

E na quarta-feira, Trump disse que nem faz questão do apoio de todos que o enfrentaram nas primarias, e olha que foram 17 competidores em uma maratona brutal e cheia de surpresas.

Eu acredito que boa parte dos republicanos irá abafar os ressentimentos e cravar o voto em Trump para não dar a vitória para Hillary Clinton. Outros não votarão em Hillary, mas torcerão para que Trump perca para recolocar o partido rachado nos eixos.

Eu já disse aqui algumas vezes que Trump não se insere em rótulos. Ele é um amontado de ideias, algumas ecoando ansiedades populares como o medo do terror e da globalização, outras simplesmente alopradas, como proibir a entrada de muçulmanos no país ou decretar guerra comercial contra a China ou o México.

Em inglês, o Partido Republicano é conhecido como Grand Old Party, GOP, o velho grande partido. Ele ficou menor com Trump e mais velho, pois a base de sustentação do bilionário bufão são americanos brancos pra lá da meia-idade.

Trump estima que com esta base ele pode derrotar Hillary Clinton. A demografia está com a democrata, ou seja, as minorias insultadas por Trump serão fator decisivo na eleição, assim como os jovens. As pesquisas hoje mostram um fenomenal fosso no voto feminino, com Hillary na frente, vantagem acima de 20 pontos sobre Trump.

Não há dúvida que o velho grande Partido Republicano tem a energia deste pessoal pra lá da meia idade que segue Trump com ardor. O ponto fraco de Hillary é que a base mais entusiasmada dos democratas prefere seu ainda rival nas primárias, o senador radical de esquerda Bernie Sanders, mas na hora H, Hillary deverá contar com este pessoal.

Será o duelo entre uma candidata pouco querida contra um candidato que assusta. Pelo lógica, Trump não tem chance, no entanto, melhor se proteger nos comentários e ressalvar que o trunfo de Trump é a falta de vergonha para romper tabus.

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