Pesquisa CNT-MDA: Embora imprensa carregue nas tintas, números são auspiciosos para Temer
Vice-presidente Michel Temer (esq.) e Dilma Rousseff
Vice-presidente Michel Temer (esq.) e Dilma Rousseff - EFEUma pesquisa evidencia que o PT não está conseguindo reagir ao governo Temer, como anunciou que faria. Os números são, sim, favoráveis à atual gestão quando devidamente examinados, mas…
Aqui e ali noto a má vontade de setores da imprensa com os dados da pesquisa CNT/MDA que dizem respeito ao governo Temer, ao impeachment da presidente Dilma e à simulação eleitoral. Tem-se preferido dar destaque aos 54,8% que afirmam que a atual gestão é igual à anterior — para 20,1%, é melhor e, para 14,9%, pior. Também há outros números que não são grande coisa: 46,6% dizem que a corrupção será igual; 18,6% acham que será pior, e, para 28,3%, será menor. Dar relevo a esses números é um desserviço à racionalidade e à verdade política reveladas pelo levantamento. Explico a minha afirmação.
Temer completará um mês de governo daqui a quatro dias. Será que haveria mesmo tempo de a população perceber alguma mudança? Eu diria até que os números são mais favoráveis do que eu esperava, dada a saraivada que o governo enfrenta. Vamos pensar? Jamais um novo presidente, ao assumir, deparou-se com oposição tão organizada como essa. Há números muito mais reveladores do que esses, e lhes dar destaque é matéria de sensatez. Querem ver?
Mesmo com todo o noticiário negativo; mesmo com as tropas esquerdistas nas ruas; mesmo com uma imprensa majoritariamente hostil ao novo governo; mesmo com a Afastada se fazendo de vítima; mesmo com os aparelhos petistas promovendo uma campanha de desestabilização do governo, o apoio ao impeachment de Dilma segue amplamente majoritário: 62,4%, contra 33%, consideram o afastamento correto, e 68,2%, contra 25,3%, dizem acreditar que Dilma será definitivamente impichada.
Sim, isso é relevante! Os brasileiros não caíram no conto do “coitadismo”. Também é menos ampla do que poderia ser a adesão à demagógica tese das novas eleições: 50,3% dizem defendê-las, contra 46,1% que a elas se opõem.
Desempenho pessoal
Os entrevistados foram instados a responder se aprovavam o comportamento pessoal do presidente Michel Temer: 40,4% dizem reprová-lo, contra 33,8% que o aprovam. Os números são estupidamente melhores do que levantamento idêntico feito sobre Dilma em fevereiro: ela era reprovada por 73,9% e aprovada por 21,8%
Eleição
Outro número significativo e bastante ruim para o PT. Numa simulação eleitoral, Lula lidera, sim, os cenários de primeiro turno, com 22% dos votos, contra 15,9% do tucano Aécio Neves; Marina Silva (Rede) fica com 14,8%, seguida por Ciro Gomes (PDT), com 6%; Jair Bolsonaro (PSC), com 5,8%; e Temer (PMDB), com 5,4%. Se o candidato tucano for Geraldo Alckmin, os números são estes: Lula fica com 22,3% das intenções de voto; Marina Silva tem 16,6%; Alckmin, 9,6%; Ciro Gomes, 6,3%; Michel Temer, 6,2%; e Jair Bolsonaro, 6,2%.
Bom para o PT? Lula seria derrotado por Aécio por 34,3% a 29,9% e por Marina: 35% a 28,9%, ainda que na margem de erro, que é de 2,2 pontos para mais ou para menos. O tucano fica numericamente à frente da candidata da Rede também: 29,7% a 28%. Lula só conseguiria uma possível e ligeira vantagem contra Temer: 31,7% a 27,3%. Ocorre que o presidente já deixou claro que não será candidato em 2018.
Tudo bem pesado, se os números estiverem certos, o governo Temer pode sorrir aliviado. A esmagadora maioria dos brasileiros quer Dilma e o PT fora do poder e vê o novo governo com uma desconfiança compatível com o noticiário.
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