Pesquisa Ibope supera qualquer pessimismo de tucanos e petistas

  • Por Jovem Pan
  • 27/08/2014 11h18

Reinaldo, então a pesquisa Ibope para a eleição presidencial é pior do que se esperava para o PSDB e para o PT?

É sim, olá ouvintes e amigos da Jovem Pan.

Se o PSDB e o PT tinham expectativas negativas sobre a pesquisa Ibope, agora que se conhecem os números, diga-se o óbvio: se estiverem certos, superam qualquer pessimismo de tucanos e petistas. Se a eleição fosse hoje, Marina Silva (PSB), com 29%, está a apenas um ponto do empate técnico com a petista Dilma Rousseff (34%). O tucano Aécio Neves aparece com 19%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Em relação à pesquisa anterior do instituto, tanto Dilma como Aécio caíram quatro pontos. No levantamento do Ibope de 3 a 6 de agosto, Eduardo Campos aparecia com apenas 9%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00428/2014.

É evidente que a notícia é péssima para o tucano Aécio Neves. A 40 dias da eleição, uma diferença de 10 pontos para Marina Silva não é fácil de ser superada, especialmente porque é ela que surfa na onda da novidade. Dilma, que dava a reeleição como certa, seria derrotada por Marina no segundo turno por 45% a 36%. A diferença está fora da margem de erro.

A má notícia para Dilma não está apenas no percentual maior de Marina: a sua rejeição segue gigantesca. Hoje, nada menos de 36% dizem que não votariam nela de jeito nenhum. Afirmam o mesmo sobre Marina apenas 10%. Contra o tucano, a presidente alcançaria 41%; ele ficaria com 36%. Vejam que coisa: esse não é um mau resultado para Aécio, não. O problema do candidato do PSDB está mesmo no primeiro turno.

Tanto o horário eleitoral de Aécio como o de Dilma que foram ao ar nesta terça estavam fora do tom, isto é, em dissintonia com a realidade. O programa do PSDB ainda investe na apresentação de Aécio, desconhecido de parcela significativa do eleitorado. O de Dilma exalta as conquistas do PT e, ora vejam, investe contra o PSDB, contra o governo FHC. Em suma, aquela cascata de sempre.

Aécio dispõe de pouco mais de quatro minutos e, com efeito, essa fase da campanha deveria estar dedicada a apresentá-lo aos eleitores de todo o Brasil. Ocorre que essa era a escolha adequada antes da morte de Campos. Com a entrada de Marina na disputa, a conversa precisa mudar.

Os petistas seguem reféns de uma tara: só sabem fazer campanha contra o PSDB. É Marina quem daria hoje uma surra em Dilma, não Aécio. Num padrão puramente racional, então, o PT deveria torcer para o tucano passar para o segundo turno. Mas não adianta: a petezada tem a sua natureza.

Aécio pode fazer de conta que Marina não existe. Dilma pode fazer de conta que Marina não existe. Ocorre que o eleitorado acha que existe. Se um quer ser presidente e se a outra quer continuar presidente, é preciso fazer muita gente mudar de ideia e mudar o rumo da prosa no horário eleitoral.

 

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