Petistas plantam teoria conspiratória da pior qualidade na imprensa

  • Por Jovem Pan
  • 18/03/2014 12h17

Reinaldo, como anda a crise do Planalto com o PMDB. Venha cá Reinaldo, é verdade que toda a confusão se deve a uma conspiração das empresas de telefonia que estariam por trás de Eduardo Cunha, o líder rebelde?

A crise vai bem, obrigado. Continua animada, embora o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, tenha perdido um pouco de força. E não, essa história de que as empresas de telefonia estariam por trás de Eduardo Cunha é pura cascata. Uma teoria conspiratória da pior qualidade que foi plantada na imprensa pelos petistas.

Vamos por partes, como diria o velho Jack. Dilma deu posse nessa segunda-feira a seis novos ministros, dois deles do PMDB. Os líderes da rebelião não estavam presentes é claro. Mas houve uma ausência ainda mais significativa, Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara e considerado um moderado quando comparado a Eduardo Cunha, alegou que tinha compromisso em seu Estado natal, o Rio Grande do Norte.

É bem provável que sim, ele pode concorrer ao governo numa aliança que vai juntar o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos, mas vai excluir o PT de Dilma Rousseff.

Mas agora vamos falar um pouquinho do projeto do chamado Marco Civil da Internet, que o governo diz que põe em votação nesta terça-feira com ou sem o apoio do PMDB. O Governo considera a chamada neutralidade da rede um ponto de honra da proposta. O que é isso? De forma sucinta, todas as informações que trafegam na rede devem ter a mesma velocidade. Em princípio parece a melhor coisa, mas é respeitável a opinião dos que sustentam que isso pode coibir investimentos. Não vou entrar agora neste debate. Fato, as empresas de telefonia não veem com simpatia essa tal neutralidade da rede.

Como a rebelião de Eduardo Cunha traz o risco de o governo ser derrotado nessa votação, os petistas plantaram a cascata, que foi comprada pelo jornalismo e pelo colunismo oficialista, de que a rebelião do PMDB nada mais é do que um loby das empresas de telefonia. Trata-se de uma tolice, de um delírio. Os motivos do PMDB são bem mais amplos. Será que há tantos deputados do partido no bolso das telefônicas?

Isso é uma grande besteira. Cunha só juntou tanta gente porque o PT decidiu passar o trator sobre o PMDB em vários estados. Os eventuais motivos secretos do deputado importam muito menos para a política brasileira do que os motivos explícitos do PMDB. O principal parceiro do PT percebeu que seu aliado atua para lhe quebrar a espinha, para isolá-lo. O PMDB teme se desmilinguir.

Em entrevistas, pê-emedebista de alas ideológicas absolutamente adversárias, como o senador Pedro Simão do Rio Grande do Sul e o próprio Cunha, tratam do processo de hegemonização da política, protagonizado pelo PT. O que quer dizer isso? Um partido se torna hegemônico quando já não precisa mais negociar suas aspirações nem com os aliados. Tendo força para impor a sua vontade.

São exemplos de hegemonização da política, deixe-me ver, Chávez na Venezuela, Rafael Corrêa no Equador e Evo Morales na Bolívia. O que isso lhe parece? Em um de seus delírio de poder, o PT pretende fazer uma bancada federal de tal sorte poderosa que possa, por exemplo, dispensar o apoio do PMDB numa eventual reforma política, com a qual pretende se eternizar no poder.

Deixo claro, no que diz respeito à internet, apoio sim a neutralidade da rede, mas é uma mentira cretina a história de que é isso que está na base da rebelião pê-emedebista. Essa é só mais uma teoria conspiratória inventada pelos companheiros.

 

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