Petrobras continua no atoleiro; entenda por quê

  • Por Jovem Pan
  • 14/04/2014 10h27
Reprodução Anotações que sugerem que Paulo Roberto repassou 28

Reinaldo, o noticiário do fim de semana contribuiu para a Petrobras sair do atoleiro?

Infelizmente, para a empresa e para o Brasil, a resposta, como costuma dizer o ministro Marco Aurélio do Supremo, é desenganadoramente negativa. Reportagem de capa da revista Veja traz parte do conteúdo de uma agenda de Paulo Roberto Costa, o engenheiro e ex-diretor de abastecimento da Petrobras, que foi preso na Operação Lava Jato, em companhia do doleiro Alberto Yousseff, entre outros.

No site da Jovem Pan, vejam, há uma imagem com trechos da agenda e sua tradução. Só em 2010, acreditem, há anotações que sugerem que Paulo Roberto repassou nada menos de 28,5 milhões de reais para o PP.

Uma bolada de 7,5 milhões aparece destinada a um tal Penac, que a PF suspeita ser o diretório nacional do partido. O segundo destinatário é um certo PIZ, que seria o deputado federal do partido, João Pizzolati. E há outros nomes.

Fora o PP, também há dinheiro para uns tais Tevian e PB. Quem seria Tevian? Quem seria PB? E onde é que entra o doleiro Yousseff nessa história? Empresas fornecedoras da Petrobras transfeririam a grana para a consultoria do doleiro por supostos serviços prestados. Esse dinheiro, ou era transferido em reais mesmo para os políticos, ou, tudo indica, tinha o valor correspondente depositado em contas secretas no exterior.

Na agenda de colaboradores de Paulo Roberto estão empresas como a Mendes Júnior, a UTC Constran, a Engevix, a Iesa, a Hope RH e a Toyo Setal. Todas elas trabalham com a Petrobras. Juntas, doaram 35,3 milhões na eleição de 2010. 79% desse dinheiro foram destinados a partidos da base governista.

Entre os que receberão os recursos do esquema estão assessores dos ainda deputados Luís Argolo, ex PP e hoje Solidariedade, e Simão Cecin, que continua no PP. Também aparece na lista, acreditem, dois mensaleiros. Os ex-deputados Pedro Corrêa e Pedro Henry. Vejam vocês, a polícia apreendeu anotações que indicam que o doleiro passou uma graninha, só oito mil até onde se sabe, com os documentos que há, para o hoje senador Fernando Collor de Melo, do PTB de Alagoas. Intrigante.

Uma das personagens do outro escândalo protagonizado por Yousseff, aquele do Ministério da Saúde, é Pedro Paulo Leoni Ramos, amigão do ex-presidente. A essa altura o ouvinte pensa: “Pô, só mudam as moscas, mas a matéria orgânica é sempre a mesma?” Pois é, um dos instrumentos de intervenção da população é o voto, e haverá eleição daqui a pouco. É bom pensar nisso.

 

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