Petrobras é capaz de nos matar de susto

  • Por Jovem Pan
  • 16/12/2014 17h44

Pergunta: Nêumanne, uma das investigações que está sendo feita sobre a roubalheira da Petrobras não têm relação com a Operação Lava-Jato, é feita na Holanda de uma fornecedora que reconhece que pagou propinas para a estatal. Qual é a novidade mais espantosa do caso até agora?

Resposta: Olha, tem aparecido muita coisa absurda da Petrobras, mas realmente essa é o fim da picada. O jornal “O Globo” publicou nesta segunda-feira (15) a notícia de que na investigação que está sendo feita na Holanda a respeito da empresa holandesa SBM que fazia plataformas para a Petrobras, foi descoberto o mais extraordinário de todos os contratos de compras de todos os tempos.

O contrato de construção da P-57 número 0801.000032.0702 não tem simplesmente a informação expressa sobre seu valor, segundo o relatório […] a SMB, a Comissão Parlamentear de Inquérito. Nas cláusulas específicas […] pra esse valor, os campos simplesmente não foram preenchidos.

O Globo reproduz 5.1 o valor total estimado do presente contrato é de reais xxxx compreendendo as segundas parcelas: “511xxxxxx reais correspendentes aos serviços objetos do presente contrato, sendo reais cifrão nada escrito, referentes aos serviços com mão de obra nacional e […] e [..] referentes a serviços com mão de obra não residente, 5.12 reais xxx correspondentes aos reembolsos contratualmente previstos.

Somente 207 dias depois, segundo a reportagem do O Globo, ou seja, passados 7 meses, é que os valores foram preenchidos, segundo registraram os assessores da CPMI que, no entanto, considerou que não houve nada, não houve roubalheira nenhuma.

Pois é, dá pra imaginar que o dono de um botequim, de uma mercearia seria capaz de fazer qualquer compra e no contrato não ter previsto o valor? Você ao ir numa loja fazer uma compra no cartão de crédito aceitaria pagar essa conta sem ter o valor especificado?

Olha, realmente a Petrobras é capaz de nos matar de susto, agora, de tédio, nunca, né?

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.