A Petrobras é uma empresa, não uma questão ideológica ou de fé
Graça Foster (esq.)
Graça FosterNêumanne, a Petrobras, investigada pela Polícia Federal, é uma questão de fé, de convicção ideológia?
Em Recife, ao inaugurar o navio Henrique Dias, da Transpetro, a presidente Dilma Rousseff atribuiu a seus adversários, na tentativa de se reeleger, um projeto de destruir a imagem da estatal. Ao seu lado, a sua amiga e substituta do presidente Gabrielli, Graça Foster, presidente da Petrobras, disse que acredita mil vezes na Petrobras.
Acontece que a Petrobras é uma empresa. A Petrobras não é uma questão ideológica, nem um problema de fé religiosa – de você acreditar ou não acreditar. Os adversários de Dilma não são lá grandemente competentes, mas não tem nada a ver com o que está acontecendo com a Petrobras. O que está acontecendo com a Petrobras é que a Polícia Federal fez uma operação lava-jato e descobriu, entre outras coisas absurdas, que um ex-diretor da companhia, indicado por partidos políticos da base do governo, Paulo Roberto Costa, cobrava prêmios de sucesso de 50%. Na história suja e enorme da corrupção no Brasil não há registros de índices tão fortes.
Então, o escândalo da Petrobras não tem nada a ver com o PSDB de Aécio Neves, nem com o PSB de Eduardo Campos, nem com o REDE de Marina Silva. É uma investigação da Polícia Federal, que é subordinado ao Ministério da Justiça, no caso, o ministro José Eduardo Cardozo, por sua vez, da equipe ministerial da presidente Dilma Rousseff. Não tem nada a ver com a oposição, com o partido da imprensa golpista, com o papa Francisco e com os conceitos de ideologia estatizantes do PT. A verdade é a verdade dos fatos.
Sob Dilma Rousseff, a Petrobras caiu pela metade do valor – estava no 12º lugar entre as maiores empresas do mundo e está 120º, abaixo da empresa colombiana. Então, é preciso muita cara dura, cinismo e desfaçatez para transformar isso num problema político. É um problema grave de gestão e de roubo e de furto. Não tem nada a ver com ideologia, nem com política. Mas que brincadeira é essa? É isso que se chama fazer o diabo para ganhar a eleição?
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