Pimentel deveria encontrar outra desculpa para tirar sua mulher dos noticiários

  • Por Jovem Pan
  • 01/06/2015 20h14
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Fernando Pimentel é o primeiro petista a ser eleito para Palácio da Liberdade Carlos Rhienck/Hoje em Dia/Folhapress Fernando Pimentel assume Minas

Pergunta: Você acha que realmente a PF pode ter cometido um equívoco, como diz o governador de Minas, Fernando Pimentel, ao fazer uma devassa no apartamento que foi ocupado pela mulher dele, Carolina de Oliveira Pimentel?

Resposta: Recentemente, a PF apreendeu em um avião particular pertencente ao empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, mais de 100 mil reais, e ele não conseguiu explicar a origem desse dinheiro. A partir daí, a PF fez uma operação chamada “Acrônimo”, uma referência ao fato de que o prefixo desse avião é baseado nas iniciais dos nomes dos filhos do empresário.

O empresário é muito ligado ao Fernando Pimentel, participou das campanhas de Dilma, em 2010, e do próprio Pimentel, em 2014. A partir dessa Operação Acrônimo, a PF foi obrigada a investigar uma empresa que ela acusa de ser fantasma, da primeira-dama de Minas, Carolina Oliveira Pimentel.

Pois é, o governo de Minas reagiu à notícia de que o empresário foi preso, o Bené, e o apartamento da mulher devassado, em Brasília, e fez uma nota absolutamente inócua, completamente sem nexo, dizendo que o governo não tinha nada com isso, quando ninguém envolveu o governo de Minas nisso.

Depois, o próprio governador deu uma declaração dizendo que era um absurdo, que foi um equívoco da PF procurar provas em um processo criminal de lavagem de dinheiro no apartamento da mulher. A PF erra, pode se equivocar. Recentemente em um caso muito mais importante, a Operação Lava Jato, a PF identificou a cunhada do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, quando na verdade era a mulher dele.

Um erro da PF, mas isso não comprometeu em nada a investigação. No caso da mulher do governador, por tudo o que publicam a Época, a Veja e os jornais do fim de semana, é muito difícil que tenha havido qualquer tipo de erro. Aliás, o governador Fernando Pimentel não é propriamente uma pessoa, digamos, acima de qualquer suspeita.

Já se falou muito no dinheiro absurdo que ele cobrava por palestras de empresários mineiros no tempo em que era ministro e homem de confiança da Dilma (ele é muito ligado à Dilma). Portanto, não parece ser o caso de ser um equívoco. Mesmo que seja, tem que esperar o fim da investigação para saber se foi. De qualquer maneira, o governador precisava encontrar uma desculpa mais consistente para tirar a mulher dele do noticiário, não é verdade?

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