Pingo Final: 27 deputados da base traíram o governo; Rede de Marina está virando o PSOL com complexo de inferioridade

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 11/10/2016 10h36
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Divulgação/ Facebook Marina Silva - Div

A vitória do governo foi substantiva, mas houve, claro!, traidores em partidos da base aliada: 26. Em números absolutos, quem mais deu uma banana para o Planalto foi o PSB, que tem o Ministério das Minas e Energia (Fernando Bezerra Filho). Em números relativos, foram o PROS e o PPS, que tem o Ministério da Defesa (Raul Jungmann). Dos sete votos que a legenda deu, três foram contra a PEC 241: Arnaldo Jordi (PA), Carmen Zanotto (SC) e Elziane Gama (MA).  Os traidores do PROS, também num grupo de sete, são Bosco Costa (SE), George Hilton (MG) e Odorico Monteiro (CE).

Os 32 deputados do PSB votaram, mas 10 disseram “não” à PEC que é essencial para a governabilidade, a saber: José Stedile (RS), JHC (AL), Júlio Delgado (MG), Cesar Messias (AC), Tadeu Alencar (PE), Danilo Cabral (PE), Heitor Schuch (RS), Janete Capiberibe (AP) João Fernando Coutinho (PE), Gonzaga Patriota (PE).

Dos 43 votos dados pelo PP, dois foram contra a PEC: Marcelo Belinati (PR) e Rôney Nemer (DF). Também no PR, em 40 votos dados, dois se opuseram: Clarissa Garotinho (RJ) e Zenaide Maia (RN). Silas Freire (PI) preferiu se abster. Votaram contra ainda os seguintes deputados que pertencem a partidos da base aliada:
do PSD (35 votos) – Expedito Netto (RO);
do DEM (25 votos) –  Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO);
do PTB (15 votos) – Arnaldo Faria de Sá (SP) ;
do Solidariedade (13 votos) – Major Olímpio (SP);
do PEN (3 votos) – Walney Rocha (RJ);
do PMB (2 votos) – Weliton Prado (MG);
do PTdoB – Cabo Daciolo (RJ).

Oposição que disse “sim”
Mas houve também deputados que pertencem a um partido de oposição, mas que disseram “sim” à PEC 241. Dos 17 votos do PDT, 6 foram favoráveis à medida: Carlos Eduardo Cadoca (PE); Damião Feliciano (PB);  Flávia Morais (GO); Hissa Abrahão (AM); Mário Heringer (MG) e Roberto Góes (AP). No PT, houve uma abstenção: Gabriel Guimarães (MG).

Ah, sim: todos Os 64 votos do PMDB foram em apoio ao texto. E também o PSDB votou sem defecções: todos os 47 a favor. Já o PCdoB não se deixou tisnar nem mesmo por uma abstenção: 10 votos contra. O PSOL esteve unido em sua pureza contra as contas públicas: seus seis votos foram contrários à PEC.

Marina se perdeu na irrelevância

O que se passa com Marina Silva e sua Rede, hein?

Ao partido parece que não bastou ter sido humilhado nas urnas nas eleições municipais. A turma resolveu disputar os decibéis da estridência com o PSOL. O naniquismo está lhe subindo à cabeça. É espantoso.

Quem viu Marina a defender em 2014 o Banco Central independente não ligaria a prática de agora do partido àquela pregação.

A legenda quebrou a cara no impeachment. Tão logo a denúncia contra Dilma foi apresentada à Câmara, afirmou não ver motivos para o impedimento. Quando o tema incendiou o país, Marina se disse favorável, mas o representante do partido na Comissão Especial do Impeachment, Aliel Machado (PR), egresso do PCdoB, não só votou contra como foi um militante incansável em defesa do mandato de Dilma.

No plenário da Câmara, os quatro votos da sigla se dividiram: dois contra (além de Aliel, Alessandro Molon-RJ) e dois a favor: Miro Teixeira (RJ) e João Derly (RS). Quando a questão chegou ao Senado, o único representante da Rede, Randolfe Rodrigues (AP), saído das hostes do PSOL, mostrou-se um verdadeiro leão na luta contra o impeachment. Mas Marina se dizia a favor.

Com Dilma já impichada, o partido entrou na canoa furada e inconstitucional das novas eleições. Foi à TV defender a tese ridícula.

Agora, por ocasião da PEC 241, a Rede volta a se comportar como um partido de extrema esquerda: a legenda integrou as siglas que recorreram ao STF contra a proposta e deu três de seus quatro votos contra o texto. Desta vez, Derly não compareceu.

Eis aí o retrato de um partido irrelevante, barulhento e sem identidade.

Marina se perdeu.

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