Pingo Final: assim que “Aquarius” estrear no Brasil, o dever das pessoas de bem é boicotá-lo

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 18/05/2016 12h55
CA28 CANNES (FRANCIA) 17/05/2016.- El director brasileño Kleber Mendonca Filho (4d) posa con su equipo de reparto mientras sostienen pancartas de protesta contra el gobierno de Brasila su llegada a la proyección de la película "Aquarius" en la 69 edición del Festival de Cine Internacional de Cannes (Francia) hoy, 17 de mayo de 2016. La película se presenta en la sección oficial del festival que se celebra del 11 al 22 de mayo. EFE/Guillaume Horcajuelo EFE Artistas Cannes

Preparem-se! Assim que o filme “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, estrear no Brasil, as pessoas com vergonha na cara e amor à verdade têm uma obrigação: boicotá-lo. Não que faça grande diferença. A nossa grana pra fazer o filme, o tal Kleber já pegou. A sua obra levou a bufunfa do BNDES e da Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco. Boa parte dos que se dizem artistas no Brasil vive do capilé que não compra o feijão dos pobres — se é que me entendem.

Vamos lá.

A delinquência intelectual e a farsa política chegaram a Cannes. Todos vocês viram a patuscada armada pelo diretor e por parte do elenco de “Aquarius”. Kleber Mendonça Filho e Sônia Braga, entre outros, levantaram cartazes em português, inglês e francês denunciando um suposto golpe no Brasil. Podiam-se ler coisas como “Um golpe ocorreu no Brasil”, “Resistiremos” e “Brasil não é mais uma democracia”. No sala do Grade Teatro Lumière, gritaram: “Fora!”

Era uma ação orquestrada pelos petistas. Na sua conta no Twitter, Dilma Rousseff, a afastada, se manifestava: “Obrigada, Kleber Mendonça Filho (@kmendoncafilho), Sonia Braga (@bragasonia) e Maeve Jinkings – o talento do Brasil em Cannes. Ao elenco extraordinário do filme #Aquarius um beijo em nome da democracia. #Cannes2016″.

O que vocês acham que Kleber, Sônia Braga e os outros bobalhões entendem da Constituição e das leis, além de nada? Estão apenas repetindo as palavras de ordem que a esquerda espalha por aí. Fico cá a imaginar um diálogo:
— Sônia, você já leu o Artigo 85 da Constituição?
— O que é Constituição?
— É a Carta Magna, o documento maior que organiza a vida jurídica no país.
— O que é “magna”?
— Não há chance de você saber o que é Inciso VI, certo?

E o tal Kleber? Adoraria saber o que ele entende sobre o caráter jurídico e político do impeachment. Já que é um cineasta que gosta de nos dar lições, talvez devesse nos explicar por que os crimes de responsabilidade são julgados por uma corte política, não por um tribunal.

É gente como essa que está agora gritando por aí contra a extinção do Ministério da Cultura, como se um crime estivesse sendo cometido. É evidente que o incentivo oficial à produção cultural prescinde de um ministério, a exemplo do que ocorre em boa parte dos países civilizados do mundo. No fim das contas, tudo isso revela um medo enorme de perder a boquinha, de perder o cartório.

Quanto à Dilma…
Bem, chegou a hora de se tomar uma providência que é de natureza legal. Mesmo uma presidente afastada pode cometer crimes. Até quando Dilma abusará do dinheiro público e do conforto que lhe oferece o Estado brasileiro para difamar o governo legal do país?

Quanto aos bacanas de Cannes, dizer o quê? É preciso que se afirme com todas as letras: na prática, estão em defesa de um regime e de um modelo que praticaram o maior assalto aos cofres públicos de que se tem notícia.

Parece que protestam contra o golpe. Na verdade, apenas se alinham com ladrões do dinheiro público.

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