Pingo Final: até centrais sindicais e extrema esquerda rejeitam porra-louquice de Rui Falcão

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 09/06/2016 12h05
Rui Falcão concede entrevista em São Paulo. 10/3/2016. REUTERS/Nacho Doce REUTERS/Nacho Doce - 10/3/2016 Rui Falcão

Quando sindicalistas e extremistas de esquerda precisam pedir um pouco de juízo a Rui Falcão, presidente do PT, a gente imagina o grau de indigência intelectual que tomou conta do partido.

Por que escrevo isso? O PT e movimentos sociais e sindicais, incluindo a CUT, marcaram para a próxima sexta um protesto contra o governo Temer. Esperam manifestações em ao menos 20 cidades. Em São Paulo, será em frente ao Masp.

Pois bem: Falcão, o maluco sequestrado pelas próprias idiossincrasias, resolve redigir um texto em que defende nada menos do que… greve geral!!!

Todos sabemos, por motivos óbvios, a dificuldade que os esquerdistas teriam de emplacar essa tese: com 12 milhões de desempregos no país, vocês acham mesmo que haveria espaço para uma… greve geral?

Os radicais foram os primeiros a refutar essa possibilidade. E aí algo estranho se deu. Eles confessam que estão torcendo, embora não o digam com clareza, para que Temer adote medidas que eles possam classificar de impopulares.

Ou por outra: são uns vigaristas. Primeiro decidem ser contra tudo aquilo que o novo governo propuser, ainda que eles próprios tenham defendido as medidas no passado.

Mesmo sem deixar a má-fé de lado, Douglas Rizzo, presidente da CUT em São Paulo, dá um puxão de orelha em Falcão: “Temos dificuldade de paralisação. Tanto é que estamos construindo a greve geral. A fala do Rui Falcão está descolada da realidade do que estamos vivendo com os trabalhadores. Mas o pacote de maldades que este governo interino está prometendo é tão grande que, se houver impeachment, e Temer aplicar 10% dessas maldades contra os trabalhadores, eles vão atender à mobilização das centrais”.

Vale dizer: eles contam com Temer para poder mobilizar manifestantes contra… Temer.

Vagner Freitas, presidente da CUT, que já pregou a luta armada em solenidade no Palácio do Planalto, brindou-nos com uma delicadeza: disse estar “construindo uma greve geral com suas bases para lutar contra retrocessos”. Mas, afirmou, isso só ocorrerá quando Temer encaminhar medidas que cortem direitos dos trabalhadores.

Ou ainda: Freitas não vê a hora que isso aconteça. Assim, ele, que é contra qualquer governo que não seja do PT, poderá alegar ao menos  um motivo para armar o circo.

Essa gente é deprimente!

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.